Ministério Público pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe: Provas ligam ex-presidente aos distúrbios de 8 de janeiro

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Segundo o Ministério Público, a data de 8 de janeiro não era o objetivo final de Bolsonaro, mas sim um momento desejado, programado e provocado por ele. Sem a sua contribuição, os distúrbios nem sequer teriam sido cogitados, o que é crucial para caracterizar o crime de tentativa de golpe. A Procuradoria Geral da República está pedindo a condenação de Bolsonaro por essa tentativa de golpe de Estado.

De acordo com as alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (14) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro teve um papel fundamental na organização dos atos violentos. A conexão entre o ex-presidente e os distúrbios é considerada essencial para a caracterização do crime, que requer a prova de violência ou grave ameaça.

Uma das dúvidas que intrigavam os juristas era como a procuradoria estabeleceria essa ligação entre Bolsonaro e os acontecimentos de 8 de janeiro, visto que não foram encontradas provas diretas ao longo da investigação. A Procuradoria Geral da República afirma que Bolsonaro foi quem desejava, programava e provocava os atos violentos desse dia, criando o ambiente favorável para a sua ocorrência.

Para Gonet, a atuação do ex-presidente foi crucial para a eclosão dos eventos do 8 de janeiro. Mesmo sem provas diretas, a procuradoria alega que Bolsonaro foi o responsável por criar o ambiente propício para que os distúrbios acontecessem. A pressão exercida por ele e seus aliados levou a um clima de convulsão popular que poderia justificar uma intervenção militar no governo.

O Ministério Público aponta que o 8 de janeiro foi um marco que deu sentido às ações anteriores de Bolsonaro durante o seu mandato, como os ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao sistema eleitoral. A tentativa de golpe visava forçar uma intervenção militar no governo Lula, e mesmo com o fracasso na tentativa de convencer autoridades militares, o grupo conspirador via a instabilidade social como um meio de justificar medidas excepcionais e a intervenção do Exército.

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