Ministério Público se opõe ao pedido de Ronnie Lessa para realizar o Enem na prisão

O Ministério Público se posicionou contrariamente ao pedido de Ronnie Lessa para realizar as provas do Enem durante o tempo em que está cumprindo sua pena na P1 de Tremembé, localizada no interior de São Paulo. Condenado pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Lessa aguarda uma decisão da Justiça sobre sua solicitação, que foi feita visando a participação nos exames que serão realizados no próximo mês de dezembro. No entanto, o MP considerou o pedido inviável com base em informações da administração da penitenciária.

De acordo com um relatório do diretor técnico da P1, a realização da prova por Lessa seria inviável devido às medidas de segurança adotadas na unidade prisional. O prazo para inscrição já havia se encerrado quando o pedido foi feito, e as 150 vagas destinadas aos presidiários já estavam preenchidas. Diante dessas informações, o Ministério Público decidiu se opor ao pedido do ex-policial militar, visando preservar a integridade física do sentenciado.

Mesmo com a manifestação contrária do MP, a decisão final sobre a participação de Lessa nas provas do Enem ainda não foi tomada pela Justiça. Vale ressaltar que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados a longas penas de prisão pelo Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, porém, em virtude de acordos de delação premiada, as penas serão reduzidas. O MP anunciou que recorrerá da sentença, tendo em vista que inicialmente pedia 84 anos de prisão para ambos.

Além das condenações, Lessa e Queiroz terão que pagar indenizações consideráveis, incluindo pensões para familiares das vítimas, indenizações por dano moral e custas do processo. A pena de prisão preventiva também foi mantida, proibindo a liberdade recursal. O ex-policial encontra-se isolado dos demais detentos na P1 de Tremembé, seguindo um protocolo específico, que inclui um regime diferenciado para o banho de sol.

Em um voo fretado da Força Aérea Brasileira, Ronnie Lessa foi transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande para o complexo prisional de Tremembé, cumprindo as condições estabelecidas em seu acordo de delação. O ex-policial foi escoltado pela Polícia Federal até seu destino final, onde permaneceu desde então. A situação de Lessa se tornou nacionalmente conhecida devido à repercussão dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, que chocaram o país.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Estudante de Medicina participa de missão humanitária na Amazônia e agora vai atender comunidades na África. Saiba mais!

Estudante de medicina que participou de missão humanitária na Amazônia vai
atender comunidades na África

Beatriz Pontes, de 21 anos, vai atuar em uma missão humanitária em Benin, na
África Ocidental.

Beatriz Pontes, de 21 anos, já participou de missão humanitária na Amazônia pela
faculdade — Foto: Bruna Ferreira

A vontade de cuidar é o que motiva a jovem Beatriz dos Reis Pontes, de 21 anos,
a cursar Medicina. Para colocar os aprendizados em prática e atender pessoas em
situação de vulnerabilidade, ela participará de uma missão humanitária em Benin,
país africano, nas próximas semanas. Ao DE, a estudante afirmou que o objetivo
do serviço é “acolher alguém em um momento frágil”.

Beatriz mora em Santos, no litoral de São Paulo, mas estuda na Universidade São Judas Tadeu, em Cubatão
(SP). Ela vai participar
da Missão África, uma iniciativa da Inspirali, que é a vertical dos cursos de
Medicina da Ânima Educação, organização ligada à faculdade.

Apesar da pouca idade, Beatriz ganhou experiência na área após participar da
Missão Amazônia em 2024. O trabalho a transformou e a fez enxergar a profissão
com outros olhos.

Segundo ela, o próximo passo antes da viagem para Benin, programada para o
início de fevereiro, é a arrecadação de medicamentos.

“Acho que a gente ajuda muito as comunidades, mas, no fundo, quem é realmente
transformado somos nós, que não estamos acostumados a ver essa realidade
[…]. Na Missão [Amazônia], voltei a ver a Medicina de um jeito bonito, do
jeito incrível que sempre achei que fosse”, desabafou ela.

COMO FUNCIONA?

Beatriz Pontes durante atendimento na Missão Amazônia — Foto: Bruna
Ferreira

De acordo com a Inspirali, a Missão África tem como principal objetivo oferecer
cuidados e medicamentos para a população extremamente vulnerável de Benin. Na
primeira edição, os estudantes e professores ajudaram pessoas de 10 vilarejos.

Beatriz explicou que, ao todo, 40 pessoas partirão para a missão, entre alunos,
coordenadores da Inspirali e médicos formados. Ela se submeteu ao processo
seletivo em novembro de 2024 e, em 6 de dezembro, foi informada sobre a
aprovação.

Entre os dias 13 e 27 de fevereiro, Beatriz ficará instalada na casa de
missionários em Adjara, percorrendo com os colegas diversas comunidades.

“Adjara é grande, é como se fossem várias comunidades, como se fosse o litoral
[paulista]”, explicou. “Todo dia a gente acorda bem cedo, toma café da manhã,
pega o ônibus e vai até a comunidade que a gente vai atender”.

INSPIRAÇÃO

Beatriz com o a mãe (à esq.) e o pai (à dir.) — Foto: Arquivo pessoal

A vontade de fazer o bem não surgiu de repente. Beatriz cresceu observando o
carinho nas atitudes diárias do pai que, apesar de não ser médico, inspirou a
filha a ajudar o próximo.

“Meu pai é extremamente carinhoso. É a pessoa que tem o coração mais lindo do
mundo. E eu observava nele uma forma de cuidado muito incrível com as pessoas e
falei: ‘Nossa, quero fazer isso algum dia na minha vida’. E não, meu pai não é
médico”, brincou ela.

Beatriz disse ter passado por problemas de saúde no passado. As situações e o
convívio com profissionais da área também inspiraram a jovem a seguir carreira.
“Era muito comum eu ficar doente, então acho que criei um ambiente seguro ali no
hospital”, complementou.

PLANOS

Universitária diz que missão na Amazônia foi ‘transformadora’ — Foto:
Bruna Ferreira

Beatriz vê a missão humanitária em Benin como um divisor de águas. Ela e os
colegas contrataram uma professora local para aprenderem o básico de francês,
língua oficial do país.

“Atualmente, acho que sou o tipo de pessoa que quer fazer isso pro resto da
minha vida”, afirmou. Ela também considera a possibilidade de participar do
programa Médico sem Fronteiras ou fazer mais missões humanitárias no futuro.

“Eu preciso, de algum jeito, levar uma coisa [com] que eu nasci, que é meu
coraçãozinho, que veio do meu pai. É um coração que quer muito cuidar das
pessoas, que quer muito dar amor para as pessoas. Minha expectativa é essa, de
poder acolher alguém em um momento frágil”, disse.

MEDICAMENTOS

Além de arcar com os custos da viagem e alimentação, Beatriz e os colegas de
faculdade precisam levar medicamentos para os pacientes. A intenção é tratar
principalmente os casos considerados ‘agudos’.

Veja abaixo os medicamentos que Beatriz e os colegas estão arrecadando:

* Analgésicos/anti-inflamatórios/relaxantes musculares
* Corticoides/mucoliticos/anti-histamínicos;
* Antifúngicos/Antiparasitários;
* Pomadas dermatológicas;
* Suplementos vitamínicos em geral;
* Sais de reidratação oral;
* Probióticos em geral.

VÍDEOS: DE EM 1 MINUTO SANTOS

50 vídeos

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp