Ministério Público suspende documentário difamatório contra Maria da Penha: Operação Echo Chamber em ação

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O Ministério Público realizou uma ação para investigar um homem que promovia uma campanha de ódio contra Maria da Penha e suspendeu um documentário difamatório sobre a ativista. Essa operação faz parte da segunda fase da “Echo Chamber”.

A operação consistiu no cumprimento de mandados de busca e apreensão na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, contra um suspeito envolvido na disseminação de ódio nas redes sociais contra a ativista Maria da Penha. A busca resultou na apreensão de aparelhos eletrônicos e documentos, que serão analisados pelo órgão.

O objetivo das investigações é aprofundar a apuração sobre a campanha de ódio nas redes sociais contra Maria da Penha, farmacêutica cearense vítima de tentativa de homicídio e símbolo da luta contra a violência doméstica. A Lei Maria da Penha, nome dado em sua homenagem, é uma importante legislação brasileira de proteção às mulheres.

O documentário intitulado “A investigação Paralela: o caso de Maria da Penha” sofreu suspensão pela 9ª Vara Criminal de Fortaleza por 90 dias. A produção incluía acusações infundadas de fraude processual e uso de documento falso para embasar argumentos, visando desacreditar a luta de Maria da Penha.

A segunda fase da operação “Echo Chamber” busca desmantelar estratégias organizadas que visam invalidar a Lei Maria da Penha e desacreditar a vítima, além de obter vantagens econômicas através da exploração dessas narrativas. O Ministério Público identificou a disseminação de informações falsas e ataques misóginos com o intuito de questionar a decisão judicial e descredibilizar a legislação de proteção à mulher.

A ação do MP contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. A “Câmara de Eco” é um termo que descreve a propagação de informações que reforçam crenças sem espaço para visões divergentes. Nesse caso, o investigado alimentou um ciclo fechado de informações que distorce a realidade.

A campanha de ódio contra Maria da Penha, realizada por membros da extrema-direita, masculinistas e red pills, resultou em ataques à honra da ativista. O Ministério Público identificou perfis misóginos que disseminam conteúdo calunioso e ofensivo, podendo configurar crimes de cyberbullying, stalking e ameaças.

Os riscos da campanha de ódio ultrapassam as redes sociais, com o principal investigado chegando a ir até a antiga residência de Maria da Penha, onde ocorreu a tentativa de homicídio em 1983. A luta contra a violência doméstica e a proteção às mulheres são temas essenciais que exigem medidas efetivas para combater o ódio e a desinformação.

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