O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que o Brasil está pronto para se “apresentar” à China para ocupar o espaço deixado pelos frigoríficos dos Estados Unidos no comércio de carne bovina. Esse movimento foi motivado pela revogação da autorização de quase 400 plantas frigoríficas americanas para vender carne à China, em meio à guerra tarifária contra os EUA. Fávaro destacou a oportunidade que se abriu para o Brasil ser um grande fornecedor nesse setor.
Esse cenário favorável também impulsionou conversas para a possível visita do ex-presidente Lula à China, agendada para maio. Além disso, o ministro ressaltou que o esforço brasileiro para ampliar as exportações de proteínas não se limita apenas à China. Ele mencionou negociações em andamento com o Japão, resultado de um acordo firmado por Lula em sua visita ao país em março.
Representantes da alfândega chinesa têm encontro marcado com membros do governo brasileiro na próxima semana. As discussões visam ampliar o comércio bilateral e estabelecer protocolos conjuntos para facilitar as transações comerciais. Essas conversas técnicas devem preparar o terreno para as negociações entre os presidentes Lula e Xi Jinping, programadas para maio, com foco na expansão do comércio entre os países.
Carlos Fávaro respondeu a questionamentos sobre a capacidade do Brasil de substituir totalmente os EUA no mercado chinês e afirmou que o país não tem essa pretensão. No entanto, ele destacou a grande capacidade brasileira de expandir a produção agropecuária para atender à demanda global. O ministro projetou o Brasil como um fornecedor de segurança alimentar não só para a China, mas para o mundo todo.
As declarações de Fávaro foram feitas durante a reunião dos ministros de Agricultura do Brics, bloco que tem o Brasil na presidência neste ano. Os representantes discutiram estratégias para superar obstáculos comerciais e protecionismo, visando fortalecer o comércio intrabloco de produtos agropecuários. Esse encontro reforçou a importância do bloco em meio ao contexto de tensões comerciais globais, como o “tarifaço” americano.
As conclusões da reunião serão divulgadas em uma declaração conjunta que servirá como base para a cúpula de líderes do Brics em julho, no Rio de Janeiro. O fortalecimento do bloco e a busca por novas oportunidades comerciais são prioridades compartilhadas pelos países membros. Esse cenário indica um alinhamento estratégico e uma postura unificada diante dos desafios do comércio internacional.