A Megaoperação no Rio não tinha nada a ver com a atividade da Polícia Federal, e o pedido deveria ser feito de maneira oficial se houvesse interesse, de acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Ele afirmou que, pela envergadura da ação, a comunicação ‘informal’ em ‘terceiro escalão’ não era suficiente para envolver o governo federal, uma vez que a PF atua em crimes federais.

Para Lewandowski, a megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortes, era uma “questão estritamente local” e não tinha ligação com a atividade da Polícia Federal. Ele ressaltou que um eventual pedido de participação do governo federal em uma ação desse porte deveria ter sido formal, e não por meio de uma comunicação informal em “terceiro escalão”.

O ministro explicou que a atuação da PF é determinada pela Constituição e pela lei, focada em cumprir mandados da Justiça Federal, e não em operações de competência estadual. Portanto, a troca de informações entre as polícias locais e a superintendência da PF no Rio não representa um pedido formal de ajuda, segundo Lewandowski.

Apesar de delimitar o papel da PF na operação específica, o ministro afirmou que o governo federal vai reforçar a atuação de inteligência no estado do Rio de Janeiro. Ele mencionou a determinação do STF na “ADPF das Favelas” para que a PF investigue a atuação das facções criminosas, e anunciou a abertura de um inquérito macro para abarcar todas as investigações sobre o crime organizado no Rio.

A comunicação entre os governos federal e estadual em casos de operações de grande envergadura deve ser feita de forma oficial, de acordo com Lewandowski. Ele ressaltou que a atuação da Polícia Federal é pautada pela Constituição e pela lei, e que o governo federal não teve nenhuma participação na megaoperação realizada no Rio de Janeiro, que foi planejada e executada pelas autoridades locais.