Ministro do STF determina pagamento de tratamento milionário para criança com doença rara: Entenda o caso de Paulo Azevedo Soares Varela, de 6 anos

Ministro do STF determina pagamento de tratamento milionário para criança com doença rara: Entenda o caso de Paulo Azevedo Soares Varela, de 6 anos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou o pagamento do tratamento com o Elevidys, medicamento com valor entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões, para Paulo Azevedo Soares Varela, de 6 anos. O menino é diagnosticado com Distrofia Muscular de Duchenne, uma doença genética rara e mortal. Diagnosticado com Duchenne, o menino lutava na Justiça para ter acesso ao tratamento com Elevidys pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a sentença, a União deve fornecer o medicamento e providenciar todos os custos para a realização do procedimento. O pedido de registro do Elevidys tramita na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já foi aprovado pela FDA – Food and Drug Administration dos Estados Unidos. Ao analisar o caso, Fux destacou os relatórios médicos da criança, classificando a doença como “grave” e “catastrófica”, o que sugere o tratamento imediato.

Fux destacou a importância do direito à vida e à saúde, citando o Artigo 196 da Constituição Brasileira. O ministro também mencionou o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, que asseguram para as crianças o direito à vida e à saúde. Na sentença, Fux comentou a decisão de Gilmar Mendes, que estabeleceu limitações para a liberação do tratamento com Elevidys pela União.

A decisão de Fux encheu de alegria a mãe do menino, Emmanuelle de Azevedo Soares Varela, que afirmou estar lutando na Justiça para salvar a vida de Paulo desde o início do ano. Com o tratamento, Paulo terá a oportunidade de viver mais e melhor. Duchenne é uma doença neuromuscular genética que degenera os músculos, inclusive a musculatura cardíaca e o sistema nervoso. A família acredita que com o tratamento adequado, Paulo terá uma chance de ter uma vida melhor.

A luta pela saúde de Paulo mostra a importância do acesso a tratamentos adequados para doenças raras e graves. A decisão de Fux ressalta o compromisso do Estado em garantir o direito à saúde e à vida de todos os cidadãos, especialmente das crianças. Espera-se que o diálogo entre as partes envolvidas resulte em preços mais justos e acessíveis para os tratamentos necessários. A vitória de Paulo é um exemplo de superação e esperança para todas as famílias que enfrentam desafios semelhantes.

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Parceria Brasil-China: Por que o Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda da China

Acordos com a China: por que o Brasil não aderiu à Nova Rota da Seda

Durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, muito se discutiu sobre a possibilidade de o país aderir à Nova Rota da Seda da China. No entanto, a visita terminou sem um anúncio oficial de adesão, com cooperações alternativas sendo anunciadas. Especialistas apontam que o governo brasileiro tinha receios de aparecer como um parceiro menor no projeto e de enviar sinais de maior alinhamento com a China aos Estados Unidos.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping assinaram uma declaração conjunta após firmarem 37 acordos, incluindo áreas como agricultura e indústria, além de um plano de cooperação por “sinergias” entre programas brasileiros e a Nova Rota da Seda. A proposta inicial de adesão à iniciativa foi bem recebida em alguns setores do governo, mas encontrou resistência no Itamaraty, que via a possível adesão como um “apequenamento” do Brasil no cenário internacional.

Para alguns especialistas, a adesão do Brasil à Nova Rota da Seda não traria grandes vantagens práticas e seria mais simbólica do que efetiva. Portanto, o Brasil optou por estabelecer parcerias mais abrangentes com a China, focando na transferência de tecnologia e investimentos em infraestrutura. Além disso, havia preocupação de que a adesão pudesse impactar negativamente nas relações com os Estados Unidos, visto o atual contexto de rivalidade entre as duas potências.

Mesmo sem aderir formalmente à iniciativa, o comércio entre Brasil e China continua a crescer anualmente, com a tendência de manter esse crescimento nos próximos anos. No entanto, o Brasil enfrenta desafios em competir com produtos chineses a preços baixos, impactando setores como químicos, aço e automotivo. O governo brasileiro tem adotado medidas de proteção, como aumentos de impostos para importações, para preservar a indústria local.

A Nova Rota da Seda, também conhecida como Iniciativa Cinturão e Rota, é um ambicioso projeto de infraestrutura e desenvolvimento lançado pela China em 2013. A iniciativa visa revitalizar as antigas rotas comerciais da Rota da Seda e intensificar as conexões entre a China e outros continentes. A inauguração do megaporto de Chancay, no Peru, mostra a importância da iniciativa, que busca facilitar os intercâmbios entre a América do Sul e a China.

Apesar dos desafios e das incertezas em relação à adesão à Nova Rota da Seda, a parceria entre Brasil e China continua a se fortalecer, com o comércio bilateral em constante crescimento. O Brasil busca garantir sua competitividade diante dos desafios apresentados pelos produtos chineses, ao mesmo tempo em que busca manter um equilíbrio delicado em suas relações internacionais. A postura cautelosa do Brasil reflete a importância estratégica de suas decisões no cenário global.

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