Ministro do STF proíbe Cremesp de solicitar prontuários de pacientes de aborto legal

O ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de solicitar prontuários médicos de pacientes que realizaram aborto legal no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp. A decisão, emitida na terça-feira, destaca a falta de justificativa para a requisição desses dados, estendendo a proibição a outros hospitais do estado que realizam o procedimento.

O Ministério Público Federal (MPF) movimentou uma ação judicial exigindo que o Cremesp seja condenado a pagar R$ 500 mil em indenizações por danos morais, devido ao abuso de autoridade contra os médicos que realizaram abortos legais em hospitais paulistas. A Procuradoria destaca que o conselho tem utilizado indevidamente seu poder fiscalizatório para impedir a realização de abortos legais previstos em lei, como nos casos de estupro ou risco à vida da mãe.

No despacho, o ministro Alexandre de Moraes ressalta a necessidade da medida após receber informações sobre a requisição de prontuários de pacientes que realizaram aborto no Caism e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, interior de São Paulo. Em dezembro, ele já havia solicitado informações ao presidente do conselho e proibido o estado e município de São Paulo de fornecerem dados pessoais de pacientes que realizaram aborto legal.

O Cremesp foi intimado a esclarecer as circunstâncias e confirmar se as solicitações foram realmente feitas. O despacho ressalta a possibilidade de responsabilização do presidente do órgão caso a denúncia se confirme. Até a última atualização, o Cremesp não havia se pronunciado sobre o caso quando solicitado pelo DE.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes ganhou destaque no cenário jurídico e de saúde, reforçando a proteção da privacidade e direitos dos pacientes que realizam procedimentos legais. A atuação do MPF demonstra a importância de garantir o cumprimento da legislação vigente e a proteção dos profissionais de saúde envolvidos nesses processos. O caso continua em investigação e acompanhamento para garantir o respeito aos direitos e à legislação em vigor.

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Complexo aquático de Piracicaba é interditado novamente por vazamentos e infiltrações: saiba mais sobre a situação crítica do local

Piscinas com infiltração e maquinário com vazamentos: veja como está o complexo
aquático interditado em Piracicaba

Local esteve fechado por dois anos para reformas, reabriu em 2022, e agora
voltou a ser interditado por problemas estruturais. Piscinas sofrem com
rachaduras, vazamentos e abandono.

Após dois anos de reformas, complexo aquático de Piracicaba fecha novamente

Vazamentos e infiltrações estão entre os problemas existentes no Complexo
Aquático Dr. Samuel de Castro Neves, em Piracicaba (SP). Nessa
quarta-feira (8), a prefeitura informou que o espaço voltará a ser interditado
após dois anos de reformas, devido aos problemas.

A produção da EPTV, afiliada da TV Globo, esteve no interior do complexo nesta
quinta-feira (9) e registrou os diversos problemas existentes na estrutura, não
só das piscinas, mas também na casa de máquinas e no resto do prédio.

Ao subir as escadas que dão acesso ao complexo das piscinas, é possível ver que
a situação de abandono se espalha. Duas piscinas desativadas ocupam o local,
acumulando água, sujeira e com partes destruídas.

Ao lado das piscinas abandonas, estão as que passaram por reforma recentemente.
Na parte dos trampolins, na borda da piscina, existe um desnível causado por uma
rachadura.

Em um espaço próximo à piscina deveria funcionar uma casa de máquinas após o fim
da reforma, mas o local está desativado, sem máquinas, e com acúmulo de água
parada fruto de vazamentos.

A equipe teve acesso à casa de máquinas. No local, as paredes mostram sinais de
vazamento e bolor, com água acumulada no chão. As máquinas estão todas
desativadas.

Embaixo da arquibancada da piscina principal, a situação também é de abandono.
As paredes possuem manchas causadas pelo escorrimento da água, que vaza pelo
telhado. As portas de madeira apresentam sinais de apodrecimento devido à água.

USUÁRIOS AFETADOS

O número de pessoas que fazem uso do espaço do complexo em diferentes tipos de
aulas chega a 600. Os usuários se mostram insatisfeitos com mais um fechamento e
interrupção nas atividades.

A aposentada Jade Santos foi até o local nesta quinta-feira e descobriu que não
estava sendo realizado atendimento. Ela conta que não foi dada nenhuma
alternativa de local para realizar as atividades que vão ser pausadas.

A estudante Nathália Miranda também foi surpreendida ao chegar para a aula nesta
quinta-feira.

A dona de casa Elizabeth da Silva reclama sobre a constante aparição de
problemas no complexo, fazendo com que os usuários fiquem sem as atividades.

O QUE DIZ A PREFEITURA

À EPTV, o secretário de esportes de Piracicaba, Roger Nascimento Carneiro,
informou que a pasta precisa analisar a demanda para que possa realmente atender
a necessidades dos usuários do local.

O secretário de obras, Luciano Selêncio, reforçou que o problema no local é
estrutural, principalmente de vazamento, e que pode causar perigo aos
frequentadores.

Questionado sobre um prazo para emissão do laudo, o secretário de obras informou
que está sendo priorizada a finalização em até 20 dias, para então haver uma
tomada de decisão sobre o que será feito no complexo.

MAIS UMA INTERDIÇÃO

O complexo aquático de Piracicaba foi inaugurado em 1976 e oferece aulas de
natação, hidroginástica e outras práticas aquáticas.

Em 2018, o espaço já tinha sido fechado em decorrência de vazamento na principal
e maior piscina. A reforma durou mais de quatro anos e custou cerca de R$ 1,7
milhões. Confira abaixo cronologia.

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