Em meio à tensão com os EUA, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou a “soberania do Brasil”. Antes de iniciar um julgamento no qual é relator, o magistrado enfatizou a independência do país. Durante sessão remota da Corte, Moraes afirmou que é fundamental que todos reafirmem os compromissos com a democracia, direitos humanos, igualdade entre as nações e respeito integral à Constituição brasileira, bem como pela soberania do Brasil e pela independência do poder judiciário.
O ministro ressaltou que o Brasil deixou de ser uma colônia em 7 de setembro de 1822 e tem coragem para construir uma república independente e cada vez melhor. Em contrapartida, o Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos aprovou uma lei para barrar o ministro brasileiro do país, evidenciando a tensão existente. No entanto, a norma ainda precisa ser votada em plenário, o que demonstra a gravidade do embate entre as partes.
Os norte-americanos argumentam que suas ações são motivadas pelas decisões de Moraes direcionadas às empresas dos Estados Unidos, como o X. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota expressando surpresa com as críticas do Departamento de Estado dos EUA às bloqueios e multas impostas a empresas norte-americanas no Brasil. A pasta afirmou não aceitar a politização de decisões judiciais, reforçando a postura brasileira de soberania e independência.
Uma das controvérsias que contribui para a tensão entre os países foi o bloqueio da rede social Rumble por ordem de Moraes. Na mesma noite, um tribunal dos EUA decidiu que a plataforma não é obrigada a cumprir a determinação, classificando a decisão como uma vitória para a liberdade de expressão e soberania digital. A empresa afirmou que a decisão representa não apenas a proteção da liberdade de expressão, mas também o direito das empresas americanas de operar sem interferência de jurisdições estrangeiras, evidenciando o impacto das ações do ministro brasileiro.