Moraes diz que não conversou com presidente do BC sobre aquisição do Banco Master pelo BRB.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota em que afirma não ter conversado com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, a respeito da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O comunicado foi divulgado após notícias de que Moraes teria procurado por Galípolo em pelo menos quatro ocasiões — por telefone e pessoalmente — para tratar da aquisição.
De acordo com Moraes, “em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão” referente à aquisição do Banco Master pelo BRB. O ministro acrescentou que realizou duas reuniões em seu gabinete com o presidente do BC para discutir os efeitos da Lei Magnistiky, aplicada pelo governo dos Estados Unidos.
A primeira reunião ocorreu em 14 de agosto, após a sanção contra ele próprio. A segunda aconteceu em 30 de setembro, após a medida ter sido aplicada à sua esposa. O comunicado afirma ainda que Moraes “jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”. “Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”, conclui a nota.
Mais cedo, Moraes já havia divulgado uma nota afirmando que se reuniu com Galípolo para discutir as implicações da Lei Magnitsky — sem mencionar o caso do Banco Master. Segundo a coluna de Malu Gaspar, do jornal “O Globo”, Moraes entrou em contato com o presidente do BC para discutir a venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). O magistrado teria procurado Galípolo ao menos quatro vezes por ligações telefônicas e presencialmente.
A Lei Magnitsky é uma norma usada pelo governo dos Estados Unidos para punir autoridades estrangeiras. Os sancionados têm eventuais bens em seu nome nos EUA, assim como qualquer empresa que possa estar ligada a eles, bloqueados. Eles também não podem fazer negócios com cidadãos e empresas norte-americanos, inclusive operadoras de cartões de crédito.
Moraes e a mulher foram sancionados pelo governo dos Estados Unidos com a Lei Magnitsky em julho. O filho do ex-presidente Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, está em território norte-americano desde fevereiro deste ano, e estava liderando as tratativas com o governo Donald Trump sobre o assunto.
O Banco Master, fundado em 1974 como Máxima Corretora de Valores, passou por diversas reorganizações societárias ao longo de quase cinco décadas. No entanto, questões sobre sua sustentabilidade financeira surgiram em 2022, levantando dúvidas sobre seu modelo de negócio. Após investigações da Polícia Federal, a instituição foi liquidada em novembro devido a irregularidades financeiras.
Diante de todo o contexto envolvendo a aquisição do Banco Master pelo BRB e as implicações da Lei Magnitsky, o ministro Moraes esclarece sua posição e nega qualquer envolvimento inadequado com o presidente do BC. As investigações sobre o caso continuam, buscando esclarecer todas as questões relacionadas às transações financeiras e à atuação dos envolvidos.




