Ministro quer ampliar treinamento de policiais brasileiros com oficiais dos EUA

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, disse hoje (20), em Washington, que propôs ao Departamento de Justiça norte-americano expandir o programa de treinamento de agentes e delegados da Polícia Federal com oficiais norte-americanos. Segundo o ministro, a proposta seria aumentar o intercâmbio que já existe: “o que eu propus e que foi muito bem aceito é que, em vez de mandarmos dois ou três brasileiros aqui, eles poderiam mandar ao Brasil seus instrutores, para que, lá, treinem 20, 30 ou 40 brasileiros”.

Segundo o ministro, o treinamento não seria apenas para agentes da Polícia Federal, mas também da Polícia Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário, além de agentes de secretarias de Segurança Pública de alguns estados. Hoje, ele se reuniu com integrantes do Departamento de Estado norte-americano e com o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions.

Na mesma linha de integração entre os dois países, Jardim assinou ontem (19), com o diretor da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos EUA, acordo de cooperação para o rastreamento de armas roubadas que entram no Brasil.

Agenda na OEA

Amanhã (21), o ministro tem encontro com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. O tema deve ser a maior cooperação entre os países que fazem fronteira com o Brasil. O ministro vai fazer um convite para que oficiais de países vizinhos façam treinamentos nas academias da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, “para compartilharmos experiência e criarmos um método de operação em comum para proteção mais eficaz da fronteira brasileira”.

Outro tema que será tratado na reunião com Almagro será a reaproximação da Polícia Federal do Brasil da Ameripol, a Comunidade de Polícias da América. “Em razão de um incidente diplomático no governo anterior, o Brasil se afastou da OEA, a Polícia Federal se afastou da Ameripol”, afirmou o ministro. O Brasil retirou o representante permanente brasileiro na Organização dos Estados Americanos (OEA) em 2011, após a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA ter solicitado ao governo brasileiro a suspensão das obras da Usina de Belo Monte.

Torquato Jardim disse que “é preciso voltar a essa convivência regional, porque os quatro crimes principais que o Brasil tem que combater no curto prazo – drogas, armas, colarinho branco, crimes financeiros e tráfico de pessoas – são crimes transnacionais, além da fronteira no Brasil, então é importante nós termos essa parceria com a Ameripol”.

Ontem, o ministro assinou um acordo de cooperação com a Agência norte-americana para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (AFT), responsável pelo combate ao tráfico de armas no país, para rastreamento de armas roubadas nos Estados Unidos que entram no Brasil.

“O narcotráfico tem feito entrar no Brasil armas muito poderosas que estão nas mãos do narcotraficante brasileiro no Rio, São Paulo e em outras cidades, então é importante nós contarmos com assistência técnica de rastreamento por satélite, inteligência, informação, tudo mais utilizado pela equipe americana”, disse Jardim.

Nesta sexta (21), depois da reunião na OEA, Torquato Jardim segue para Nova York, onde deve participar de uma reunião na Organização das Nações Unidas sobre o tema refugiados.

As informações são da Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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