Apesar do ultimato do União e da carta de demissão entregue, Sabino segue como ministro e acompanha Lula em Belém nesta sexta-feira. Ao entregar o pedido para sair, o ministro afirmou que ficaria no governo até quinta-feira (2), porém, Sabino vem resistindo a entregar o cargo e tem articulado alternativas nos bastidores. Mesmo após afirmar que permaneceria somente até quinta-feira (2), o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), está acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em agendas em Belém nesta sexta-feira (3).
No mês passado, o União deu 24 horas para que seus filiados deixassem os cargos no governo de Lula sob pena de punição por infidelidade. Essa exigência foi decidida pela cúpula nacional da sigla após reportagens apontarem uma suposta conexão entre o presidente nacional do partido, Antonio de Rueda, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo que Rueda negou qualquer ligação. Em uma reunião ministerial em agosto, Lula também fez críticas a Rueda, e Celso Sabino, filiado ao União Brasil, vem buscando alternativas para evitar a sua saída do ministério.
Sabino conseguiu adiar o pedido de demissão com o argumento de que ainda teria agendas a cumprir à frente do ministério. Ele declarou que gostaria de permanecer no cargo até a COP30, em novembro, e respeitaria a determinação do União Brasil. Na semana passada, Sabino oficializou o pedido de demissão, mas afirmou que permaneceria no cargo até quinta-feira (2) a pedido de Lula para acompanhá-lo em um evento de entrega de obras concluídas para a COP30, que será em Belém, capital do Pará.
Durante esse evento, Sabino expressou seu apoio a Lula e afirmou que estaria ao lado do presidente, onde quer que ele esteja. Entre seus auxiliares, há a expectativa de que ministros e presidente alinhem os próximos passos durante essa viagem, considerando possíveis datas para oficialização da exoneração de Sabino. Apesar do gesto formal de entregar o pedido de demissão, o ministro resistiu a sair do governo e atuou nos bastidores para permanecer no cargo, desagradando o União Brasil. Buscando apoio do presidente do PT, Edinho Silva, Sabino pode ser peça importante para o palanque de Lula no Pará como candidato ao Senado em 2026.
Caso Sabino descumpra a ordem do União Brasil e permaneça no cargo, poderá enfrentar um procedimento disciplinar que pode resultar em sua expulsão da legenda. O presidente Lula e uma comitiva de ministros, incluindo Sabino, estão em Belém para entregar obras finalizadas para a COP30. Durante essa visita, Lula questionou Sabino sobre como o estado do Pará poderia utilizar o turismo como vantagem após a COP30. O ministro respondeu destacando os investimentos do governo para receber as delegações, apoiar novas hospedagens e atrair o turismo internacional, enfatizando a importância de beneficiar tanto turistas como os moradores locais.