O ministro da União para o Turismo, Celso Sabino (DE-PA), gerou burburinho nos bastidores do desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ao aparecer usando um boné azul com a inscrição “Brasil Soberano” durante o desembarque do partido do governo.
Sabino foi um dos poucos ministros a aderir ao adereço na tribuna do evento. O boné foi distribuído para alguns participantes antes do desfile. Outros ministros optaram por não usar o acessório na cabeça ou apenas segurá-lo com as mãos, como foi o caso do ministro da Defesa, José Múcio.
Essa atitude de Sabino pode ser interpretada como uma tentativa de manter-se no cargo por mais tempo, já que o ministro está sob pressão da cúpula do partido União para deixar o ministério após a antecipação do desembarque do governo.
Apesar disso, membros do partido consideram a saída de Sabino do governo como algo inevitável e afirmam que, caso ele não saia “por bem”, a alternativa será expulsá-lo da agremiação.
O governo escolheu o lema “Brasil Soberano” para o desfile deste ano, o mesmo termo utilizado nas ações em resposta ao aumento das tarifas imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que determinou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
Desde julho, quando Trump anunciou o aumento das tarifas, Lula, ministros e parlamentares têm defendido a soberania do país e criticado as ações do presidente americano.
Essas estratégias visam defender a imagem do Brasil no cenário internacional e reforçar a soberania nacional perante as ameaças externas. O uso do boné com a inscrição “Brasil Soberano” por Sabino durante o desfile do 7 de setembro pode ser interpretado como um gesto simbólico desse compromisso com a soberania do país.