Nos bastidores da Câmara dos Deputados, movimentações foram intensas para votar uma proposta de blindagem parlamentar, porém, a situação mudou após ministros do STF serem informados sobre a inconstitucionalidade do texto em questão. Segundo apurações, ao menos dois ministros demonstraram perplexidade e buscaram esclarecimentos sobre a veracidade das informações. O aviso emitido por lideranças do governo gerou atrito com o centrão e causou discussões acaloradas.
Estava tudo planejado para a votação do projeto que visava proteger os parlamentares na Câmara dos Deputados ainda na noite de quarta-feira, 27 de agosto de 2025. No entanto, percebeu-se que ainda faltava ajustar as prerrogativas e formalizar o texto antes de apresentá-lo ao plenário. Surgiu um constrangimento generalizado e ninguém desejava assumir a responsabilidade por um texto que permitiria a abertura de ações penais contra parlamentares somente com autorização do Congresso.
O relator original, Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), afirmou que o texto em discussão não era o mesmo que ele deveria relatar, conforme revelaram fontes do blog. A incerteza aumentou com líderes da base do governo falando que havia dois textos em debate, enquanto o centrão mencionou quatro versões distintas. Apesar das divergências numéricas, concordaram que Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, optou por recuar diante da falta de consenso até mesmo sobre quem conduziria a proposta.
Além disso, a intervenção de ministros do Supremo Tribunal Federal ocorreu após serem informados sobre o conteúdo do projeto em análise. O ministro Flávio Dino chegou a ironizar a situação, comparando as prerrogativas propostas às do Papa Leão 14. O cenário causou perplexidade entre os integrantes da Corte, que buscaram esclarecimentos sobre os documentos discutidos pelos líderes da Câmara.
Diante do alerta dos ministros do STF de que o projeto poderia ser considerado inconstitucional, a Câmara e seu presidente decidiram recuar da proposta. A pressão exercida pelas lideranças do governo sobre os integrantes da Corte irritou o centrão, resultando em atritos e discussões acaloradas entre os parlamentares. Apesar disso, a decisão foi de adiar o avanço da proposta em vez de descartá-la definitivamente, o que demonstra uma tentativa de superar obstáculos para aprovar medidas polêmicas, como a anistia a golpistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.