Ministros do STF não querem bolsonarista Bia Kicis na CCJ

A jornalista Andreia Sadi disse no Jornal Hoje, da Rede Globo, nesta quinta-feira, 4, que conversou com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal e que a reação deles à indicação da deputada Bia Kicis (PSL) à presidência da Comissão de Constituição e Justiça não foi positiva.

A deputada do Distrito Federal foi indicada pelo PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente. Os juízes indicados teriam dito à jornalista que a relação da CCJ com o Judiciário seria afetada negativamente caso Kicis comande a cadeira.

Além do mais, nos bastidores, lideranças políticas estaria buscando uma “solução” para evitar que a deputada seja escolhida para o posto. Bia já defendeu publicamente o impeachment de Gilmar Mendes e de Alexandre de Moraes.

Para acalmar os ânimos com o Judiciário, membros do Governo teriam tentado afastar dos ministros do Supremo a ideia de que Bolsonaro apoia Bia na CCJ. A deputada, no entanto, é conhecida por ser apoiadora do presidente da República, ou como foi apelidada, de “bolsonarista”.

Caso fique mesmo com o cargo, Bia pretende colocar em votação um projeto para acabar com o “ativismo judicial“. Para o Estadão, a deputada declarou: “Não quero o STF interferindo nas minhas funções de parlamentar”.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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