Mirassol brilhante surpreende Palmeiras e mantém liderança: análise do jogo

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Etapa brilhante do Mirassol acaba com a gordura do Palmeiras na liderança

Verdão esteve irreconhecível no 1º tempo, mas mudanças táticas e substituições
fizeram o time crescer após o intervalo

Há duas equipes invictas como mandantes no Brasileirão 2025. O vice-líder
Flamengo e o Mirassol. Na noite deste domingo, no Maião, foi a vez de o
Palmeiras conhecer a força do Leão em seus domínios. Foi amplamente dominado no
1º tempo e não conseguiu buscar o empate ao subir de produção na 2ª etapa. A
derrota fez com que a liderança da competição fosse mantida pelo número de
vitórias.

O Verdão terá agora o desafio de sustentar a condição em jogo atrasado contra o
Santos, no próximo sábado, em meio a Data Fifa. Abel terá muitos desfalques para
o clássico na Vila Belmiro. O Flamengo jogará contra o lanterna Sport na Arena
Pernambuco. O Mirassol provou mais uma vez porque é a sensação do futebol
brasileiro nesta temporada.

Escalações

Rafael Guanaes promoveu os retornos de Gabriel e Lucas Ramon ao time titular.
Guilherme e Daniel Borges foram para o banco. Optou pelas entradas de José Aldo
e Cristian Renato. Neto Moura e Chico da Costa iniciaram entre os reservas.

Abel Ferreira optou pela volta de Murilo para formar dupla de zaga com Gustavo
Gómez. Bruno Fuchs saiu. No meio, Allan e Felipe Anderson foram escolhidos.
Maurício e Ramon Sosa foram para o banco de reservas.

O jogo

O Mirassol fez uma de suas melhores etapas na competição ao longo do 1º tempo. O
começo já foi perfeito. Abriu o placar no minuto inaugural após ganhar duelos
seguidos no campo de ataque e ver Lucas Ramon cruzar para Gabriel abrir o
placar. O lateral aplicou um lindo drible em Felipe Anderson antes do
cruzamento, e o ex-meia do Flamengo chutou entre as pernas de Carlos Miguel.

A exemplo do que fez em grande parte do campeonato, o Leão não recuou com a
vantagem. Manteve a proposta de ter a bola e se instalar no campo do Palmeiras.
Foi agressivo e coordenado para subir o bloco defensivo e inibir os avanços dos
visitantes. Naturalmente se expôs e sofreu dois contra-golpes relativamente
perigosos, arrematados por Flaco e Roque, mas manteve a estratégia.

Impressionou a capacidade de gerar opções de passe a quem tinha a bola nos pés.
Desde a saída com os zagueiros, que sempre contavam com o recuo de um dos
meio-campistas para liberar os dois laterais bem abertos, passando pelo
meio-campo móvel e povoado, pelos movimentos dos pontas dos lados para o centro,
e na busca pelo pivô de Cristian Renato.

O Palmeiras não encontrou o tempo certo da pressão, se descompactou algumas
vezes pelo centro. Reinaldo e Gabriel assustaram em chutes de longe. O Verdão,
no entanto, elevou o nível de intensidade dos combates no campo de ataque depois
dos 25 minutos. Mesmo sem pressões tão bem coordenadas, se beneficiou de erros
técnicos do Mirassol e passou a rondar a área.

Foi o suficiente para chegar ao empate em linda bicicleta de Vitor Roque. O
centroavante se aproveitou de uma escorada de Allan, que ganhou de Gabriel no
rebote de um escanteio. Walter havia afastado, e no instante seguinte trombou
com Flaco López. Flávio Rodrigues de Souza não deu a falta pedida pelos
anfitriões e ouviu muitos protestos.

A cessão do empate não desanimou o Mirassol, que retomou a capacidade de
envolver o sistema defensivo palestrino. Allan chegou a dar um susto em busca da
virada aos 35′, mas a reta final da 1ª etapa foi toda do Leão. José Aldo,
Danielzinho, Gabriel e Alesson eram os maiores destaques. Carlos Miguel impediu
gols certos dos dois últimos com grandes defesas.

Em lateral cobrado por Reinaldo para a área, nos acréscimos, o goleiro não pôde
fazer nada. João Victor, que havia falhado na origem do escanteio do empate
palmeirense, subiu mais do que Piquerez na pequena área e marcou de cabeça. Fez
justiça no placar a quem foi bem superior no 1º tempo. Abel mexeu no intervalo.
Pôs Bruno Fuchs e Sosa nas vagas de Murilo e Felipe Anderson.

O Palmeiras ganhou agressividade com Sosa pela esquerda na volta para o 2º
tempo. Seja em passes longos para o paraguaio ou em construções de maior
aproximação, o Verdão explorou o setor. O Mirassol passou a encontrar mais
espaços para explorar transições rápidas, mas a primeira finalização perigosa
foi dos visitantes. Walter fez ótima defesa em cobrança de falta de Andreas
Pereira.

Vitor Roque era um dos poucos jogadores palestrinos a manter o nível das últimas
atuações. Foi muito agressivo ao receber e conduzir na direção da área,
pressionou com intensidade a saída também. O Palmeiras fez ajustes importantes
nas subidas de marcação. Redefiniu os encaixes e inibiu a liberdade que José
Aldo encontrava. Allan passou a combatê-lo nas referências individuais dos
visitantes.

Rafael Guanaes começou a mexer no time logo depois dos 15 minutos. Chico da
Costa e Neto Moura substituíram Cristian Renato e José Aldo. Pouco depois foi a
vez de Shaylon entrar no lugar de Gabriel. Walter voltou a trabalhar bem para
impedir um gol de Flaco López em cobrança de escanteio de Andreas Pereira.

Abel colocou o time ainda mais pra frente na segunda metade do 2º tempo.
Khellven e Aníbal Moreno foram sacados para as entradas de Maurício e Raphael
Veiga. Allan foi para a ala-direita, função que Khellven já fazia com a fixação
de Piquerez como zagueiro desde a volta do intervalo. Andreas Pereira passou a
ser o homem mais recuado do meio-campo.

Alesson perdeu grande chance de marcar o terceiro gol do Mirassol em cobrança de
escanteio venenosa de Reinaldo. Mas a pressão palmeirense se intensificou.
Muitas bolas na área foram erguidas na sequência. Bruno Rodrigues foi a quinta
mexida. Andreas Pereira saiu. O meio ficou apenas com Raphael Veiga e Maurício.
Cinco atacantes formaram a linha de frente.

A resposta de Guanaes para os minutos finais foi pôr mais um zagueiro. Luiz
Otávio entrou no lugar de Alesson. Negueba também deu lugar a Carlos Eduardo. O
Leão se postou num 5-4-1. Esteve mais equilibrado e não deixou de buscar o
ataque ao ter a bola. Reinaldo, destaque do time no 2º tempo, quase marcou o
terceiro em chute cruzado. Carlos Miguel impediu.

O Palmeiras se desorganizou demais com a última troca de Abel e nem conseguiu
fazer uma pressão eficaz em busca do empate nos acréscimos. Mesmo com Carlos
Miguel indo para a área rival no último escanteio. Esteve mais perto, inclusive,
de sofrer o terceiro gol.

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