Modelo viraliza após desfilar com bolsa de colostomia: “Sonho”

Um sonho que se tornou realidade. Assim, a modelo Leila Silva Souza, de 22 anos, descreve a sua participação no desfile Goiás Fashion Week, realizado entre os dias 20, 21 e 22 de setembro. Diagnosticada com Hirschprung (doença em que o paciente precisa usar uma bolsa de colostomia) desde os quatro meses, ela diz que precisou superar barreiras para atingir o objetivo: ganhar as passarelas.

O feito de superação foi compartilhado pela modelo nas redes sociais na última terça-feira, 27, e agora já conta com mais de 743,8 mil visualizações.

“Meu maior sonho sempre foi ser modelo. Na minha cabeça, por conta de usar a bolsa de colostomia, eu não poderia ser modelo porque eu não via ninguém que usava bolsa colocando os pés nas passarelas”, explica Leila.

Superação

Por conta do preconceito e por nunca ter presenciado uma modelo na sua condição, Leila diz que por muito tempo acabou desistindo de ir atrás do sonho. Segundo ela, a doença foi descoberta quando tinha quatro meses de vida, sendo submetida a a uma cirurgia para usar a bolsa desde 1 ano.

Ao longo dos 22 anos, a modelo conta que precisou passar por 22 cirurgias. Porém, em 2011, ela precisou se mudar para Goiânia a fim de continuar o tratamento na capital.

“Há cerca de um ano eu decidi arriscar. Pensei, vou buscar, correr atrás do meu sonho de ser modelo. Então, eu participei do seletivo, eu participei e treinei. Então chegou o grande dia, desfilei no evento. Foi a minha primeira vez em um desfile tão grande”, contou.

Luta

Ao usar a bolsa de colostomia desde a infância, a modelo diz já ter sofrido diversas formas de preconceito ao longo da vida. A condição também a privou de algumas atividades durante a infância, como participar de brincadeiras e até determinadas aulas do colégio que exigiam esforço físico.

Apesar disso, Leila conta que o mundo da moda a recebeu de braços abertos e que, até então, não passou por nenhuma situação de preconceito ao atuar na profissão.

“Nós sabemos identificar os olhares que nos acolhem e os que nos tratam diferente. Até o momento não passei por nenhum ato de preconceito. No mundo da moda me tratam super bem e me acolhem. As pessoas muitas vezes têm medo de seguir seus sonhos, espero poder inspirá-las”, pontuou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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