Moradoras de Cachoeira Alta são investigadas ao xingarem nordestinos depois de resultado das eleições

Moradoras de Cachoeira Alta são investigadas ao xingarem nordestinos depois de resultado das eleições

Três moradoras de Cachoeira Alta, região Sudoeste de Goiás, estão sendo investigadas por racismo ao xingar nordestinos e nortistas após o resultado das eleições do primeiro turno. As conversas aconteceram em um grupo de WhatsApp, onde elas mandaram áudio criticando quem votou no ex-presidente Lula e “mandam” os nordestinos voltarem para casa. 

“Esses comedor [sic.] de calango tinham que voltar para lá. Se eles gostam de calango, volta para lá. Vem atrapalhar a gente. Tem que mandar explodir aquela bosta, aquela parte do nordeste lá. Povo vagabundo, quer ficar vivendo de bolsa família de R$ 60”, diz uma das mulheres.

De acordo com o advogado que atua no caso, Wesdra Benvindo Leitão, uma das mulheres é funcionária do Ministério Público de Goiás (MP-GO), outra do Hospital Municipal de Catalão e a terceira trabalha em uma loja de materiais de construção da cidade.

Os áudios foram divulgados pela técnica de enfermagem, que foi afastada das funções no hospital. Em nota, a Prefeitura de Cachoeira Alta repudiou as ofensas e discriminações, além de afirmar que o município é um lugar para todos. 

Em uma das mensagens, a mulher chega a falar que os moradores do norte e nordeste comem calango e vêm para Goiás ‘andar de carro’. Ainda fala sobre a ocupação da cidade onde moram. 

“A Cachoeira daqui 10 anos não tem cachoeiraltense mais. Nós vai ser a minoria aqui [sic.], negócio de 15, 20%. Porque a Cachoeira está cheia destes nortistas filhos da p… que tá comendo calango no sol do meio dia e vem para cá andar de carro, desfrutar da nossa estrutura. Lá eles vivem vida de cachorro”, disse uma das mulheres.

O crime é investigado pela polícia como racismo e, segundo o delegado Márcio Henrique Marques, as mulheres foram intimadas a prestarem depoimento. Caso consideradas culpadas pelo crime, elas pegaram cinco anos de prisão.

Ouça o áudio:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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