Moradores de Bocaiúva do Sul estão mudando suas rotinas devido a um ataque misterioso a animais que gerou suspeitas na população em relação a presença de uma onça na região. Apesar disso, as autoridades descartaram a possibilidade de se tratar de um felino. Para acalmar os moradores, o Instituto Água e Terra irá instalar armadilhas fotográficas como medida de monitoramento.

O rumor de que uma onça estaria rondando por Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, causou preocupação entre os moradores e criadores da cidade, levando-os a ajustar suas rotinas. A suspeita surgiu após um cachorro de uma fazenda desaparecer temporariamente e retornar com ferimentos característicos de mordidas de outros animais.

Antonia Silva Lourenço, moradora da região, passou a se deslocar de carro para o trabalho devido ao medo de encontrar o animal. Claudia Masselli, uma criadora de cavalos, notou que as éguas da fazenda apareceram machucadas. Como medida de proteção, os cavalos foram realocados para um espaço mais seguro, próximo à sede do haras.

Os moradores registraram pegadas na região, mas especialistas afirmaram que não era possível confirmar se pertenciam a uma onça. A perda de habitat natural tem levado animais silvestres a se aproximarem de áreas urbanas, resultando em encontros inesperados. Roberto Fusco, coordenador do Programa Grandes Mamíferos Serra do Mar, explicou que a situação pode ser decorrente da perda de habitat e diminuição de presas naturais.

Devido à possibilidade de avistar animais silvestres, as autoridades locais recomendam que a população entre em contato em caso de avistamentos. O delegado Guilherme Dias ressalta a importância de acionar os órgãos competentes caso haja avistamentos, evitando assim a prática de crimes ambientais. Fusco alerta que a onça-pintada está ameaçada de extinção, enfatizando que a morte desses animais pode resultar em desequilíbrios ambientais.

Segundo Fusco, as onças tendem a evitar contatos com humanos, mas é fundamental observar o animal caso haja um encontro. Ele destaca que é possível afastar a onça com gestos e gritos, porém, é necessário manter a distância caso haja filhotes ou sinais de ameaça por parte do animal. A conscientização sobre a presença de animais silvestres nas proximidades é essencial para promover a convivência pacífica entre humanos e a fauna local.