O Ministério Público de Goiás (MPGO) investiga denúncias feitas por moradores da Associação São João dos Gonçalves e Mandiocal, situada na zona rural de Formosa. Os habitantes dessa comunidade rural procuraram o promotor de Justiça Ramiro Carpenedo Martins Netto nesta terça-feira, 26, para relatar uma série de problemas relacionados à pulverização aérea de agrotóxicos que afeta diretamente suas vidas e o ambiente local.
Durante a reunião com o promotor, os moradores detalharam os impactos nocivos causados pela pulverização aérea, incluindo preocupações com a possível intoxicação de vegetais, seres humanos e animais, bem como a contaminação de açudes e rios. Ramiro Carpenedo Martins Netto enfatizou que essa prática não apenas prejudica as plantações orgânicas existentes na associação, mas também viola a lei estadual.
A ilegalidade dessa ação se fundamenta no artigo 11, inciso I, da Lei Estadual nº 19.423/2016, que proíbe a pulverização aérea a menos de 500 metros de povoações e a menos de 250 metros de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamento de animais.
Os moradores relataram ao promotor que uma das fazendas realiza a pulverização aérea há cerca de dez anos, enquanto outra iniciou essa prática há apenas um ano. Mesmo com ocasional aplicação de multas por órgãos ambientais, a atividade persiste. Os denunciantes apresentaram evidências fotográficas que demonstram a proximidade dos aviões em relação às suas residências e à fiação elétrica local.
Ao encerrar a reunião, o promotor solicitou que os moradores enviem vídeos que comprovem a pulverização, conforme mencionado por eles, para auxiliar na investigação. Ramiro Carpenedo também planeja entrar em contato nos próximos dias com laboratórios capazes de realizar análises na água, no solo e nas plantações orgânicas para avaliar possíveis casos de contaminação.