O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, declarou nesta segunda-feira (24) que o ex-presidente Jair Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica de forma consciente e dolosa. Moraes destacou que Bolsonaro é reiterante no descumprimento das medidas cautelares, ampliando as violações ao tentar abrir o equipamento com um ferro de solda na última sexta-feira (21). Essas declarações foram apresentadas durante o voto do ministro em um julgamento para referendar a decisão de prisão, confrontando a versão da defesa de Bolsonaro, que alegou confusão mental causada pela interação inadequada de medicamentos.
A defesa do ex-presidente apresentou uma manifestação ao Supremo no domingo, mencionando uma possível interação indevida dos remédios usados no tratamento das crises de soluço de Bolsonaro. Alegam que um novo medicamento prescrito por uma médica não integrante da equipe principal, somado aos que já eram tomados, poderia causar alucinações e desorientação. A defesa anexou um boletim médico que aponta o agravamento da condição de Bolsonaro após cirurgias decorrentes do atentado de 2018.
Durante a audiência de custódia, Bolsonaro admitiu acreditar que havia uma escuta na tornozeleira e tentou, apenas, abrir a tampa do dispositivo, não removê-lo. A defesa argumenta que o vídeo fornecido pela Seape (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) confirma a fala confusa e arrastada do ex-presidente, evidenciando um comportamento incoerente com uma tentativa de fuga. Nesta segunda-feira, a Primeira Turma do STF está analisando a decisão de Moraes e votando sobre a manutenção da prisão preventiva de Bolsonaro. Até o momento, apenas Flávio Dino acompanhou a posição de Moraes, sendo o placar 2×0.