O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), utilizou como argumento a estadia do ex-presidente Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria para negar seu pedido de prisão domiciliar. Bolsonaro encontra-se detido na Superintendência da PF em Brasília, após ter sido preso preventivamente por danificar sua tornozeleira eletrônica e posteriormente cumprir pena de 27 anos e três meses de reclusão por liderar um plano de golpe de Estado. Em despacho, Moraes ressaltou que Bolsonaro passou dois dias na Embaixada da Hungria sem justificativa durante as investigações que resultaram em sua condenação. O ex-presidente foi recebido pelo embaixador húngaro durante sua estadia na representação diplomática.
O ministro também apontou uma possível intenção de Bolsonaro em buscar refúgio na Argentina. Relatório da PF mostrou que Bolsonaro preparou um pedido de asilo no país sul-americano, encontrado no celular do ex-presidente e criado pela nora de Bolsonaro. O documento foi modificado pela última vez em 12 de fevereiro de 2024 e dirigido ao presidente da Argentina, Javier Milei. A solicitação de asilo baseava-se na alegação de perseguição política como justificativa para a busca de proteção no país vizinho.
Durante a investigação do caso, vídeos das câmeras de segurança da embaixada foram revelados, mostrando Bolsonaro acompanhado de seguranças na chegada ao local. As imagens foram divulgadas pela imprensa estrangeira, incluindo o jornal The New York Times. O episódio da estadia do ex-presidente na Embaixada da Hungria aconteceu após a apreensão do passaporte de Bolsonaro no contexto da investigação sobre o suposto golpe planejado por ele e seus seguidores. A presença de Bolsonaro na embaixada foi vista como uma estratégia para evitar a prisão naquele momento.
A atitude de buscar asilo na Argentina reforça a preocupação das autoridades em relação às intenções de Bolsonaro em escapar da Justiça brasileira. A ligação do ex-presidente com episódios controversos e tentativas de se esquivar das consequências de seus atos levantam questionamentos sobre sua conduta e compromisso com o Estado de Direito. O caso demonstra a complexidade das investigações envolvendo figuras públicas e os desafios enfrentados pelas instituições responsáveis pela manutenção da ordem e da legalidade.
