Moraes proíbe trânsito com armas no DF para garantir segurança na posse de Lula

SEGURANÇA

Após solicitação da equipe de transição do governo Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, proibiu o trânsito de pessoas com armas de fogo e  munições do Distrito Federal. A suspensão temporária inclui autorizações de porte do objeto. A medida visa garantir a segurança na cerimônia de posse do presidente Lula no próximo domingo, 1º de janeiro de 2023.

A exceção vale somente para agentes das forças de segurança pública. As pessoas que descumprirem poderão ter o armamento apreendido e ainda serem presas em flagrante, mesmo que estejam na categoria de caçadores, atiradores e colecionadores (CAC). O policiamento será reforçado na posse presidencial. Além do efetivo total de homens da PMDF, a Força Nacional também atuará no evento em atividades como escolta até o dia 02 de janeiro. 

O alerta vermelho fez com que o trajeto presidencial fosse revisto. Tecnologia, drone, reforço policial e revista pessoal devem ser ainda mais rigorosos do que o empregado durante as manifestações em 7 de setembro deste ano. De acordo com o jornal O Globo, há cerca de 700 agentes policiais federais envolvidos. Os cuidados preventivos de segurança incluem esquadrão antibomba, neutralizadores de drones, bloqueio da Esplanada dos Ministérios. 

A ameaça bolsonarista pode sofrer um revés em breve. O governador do DF, Ibaneis Rocha, afirma que está negociando com o Exército a desmobilização do acampamento dos extremistas. O anúncio estimulou parte dos apoiadores a deixarem o local espontaneamente. Na última semana, a equipe antibomba da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) atendeu cinco chamados de suspeitas de artefatos explosivos em diferentes regiões da capital federal. No sábado, 24, um homem confessou ter planejado explodir o aeroporto de Brasília. 

Agitação

A expectativa é que um público de cerca de 300 mil pessoas se reúnam na praça dos  Três Poderes para a assistirem a cerimônia de posse e também a shows com diversos artistas apoiadores de Lula. As apresentações devem se estender ao longo da noite. O setor hoteleiro de Brasília já está celebrando o novo governo pela alta taxa de ocupação. 

Em alguns estabelecimentos já não há vagas. A média é de 95% de lotação. Os voos e ônibus para a cidade também estão sendo bastante procurados. Metade das passagens rodoviárias de uma plataforma desse segmento foi vendida para embarques entre 28 de dezembro e 1º de janeiro de 2023.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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