Moraes retira sigilo de inquérito de tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira, 26, o sigilo do relatório no qual a Polícia Federal (PF) indiciou na semana passada o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O documento deve ser divulgado pelo STF nas próximas horas. 

Na mesma decisão, o ministro enviou o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR).  Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

Devido ao recesso de fim de ano na Corte, que começa no dia 19 de dezembro e termina em 1° de fevereiro de 2025, a expectativa é a de que o julgamento da eventual denúncia da procuradoria ocorra somente no ano que vem.

O caso poderá ser julgado pela Primeira Turma da Supremo, colegiado composto pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.  Se maioria dos ministros aceitar a eventual denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Pelo regimento interno do STF, cabe as duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a eventual denúncia será julgada pelo colegiado.

A Segunda Turma é composta pelos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Edson Fachin, além de André Mendonça e Nunes Marques, ambos indicados ao STF pelo ex-presidente Bolsonaro.

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Pacote de corte de gastos pode incluir alteração no salário mínimo e será apresentado esta semana

Após semanas de negociações, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, estão prontos para anunciar nos próximos dias um pacote de corte de gastos públicos. Este pacote, definido em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluirá várias medidas para controlar as despesas governamentais.
Uma das principais mudanças será na regra de aposentadoria dos militares. De acordo com o ministro Fernando Haddad, o governo planeja aumentar a idade mínima para a passagem para a reserva remunerada para 55 anos e acabar com o benefício pago a familiares de militares expulsos das Forças Armadas, conhecido como “morte ficta”.
Além disso, o pacote também abordará a concessão do abono salarial e do seguro-desemprego, com possíveis limitações. Outra medida significativa é a limitação do reajuste do salário mínimo, que poderá ser corrigido apenas pela inflação.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) defende uma redução nos subsídios oferecidos aos diversos setores da economia. Ele destacou que, no ano que vem, o governo deixará de arrecadar R$ 540 bilhões de impostos e sugeriu que se observe a quantidade de incentivos dados a grandes empresas, que atualmente recebem 46% de todos os subsídios, totalizando R$ 215 bilhões.
O senador Izalci Lucas (PL-DF) espera que as medidas sejam consistentes e não apenas intenções. Ele defende a redução de despesas desnecessárias feitas pelo governo. O mercado financeiro estima um corte de R$ 60 bilhões em despesas para que o governo não tenha problemas com as contas públicas.
O anúncio do pacote de gastos é aguardado desde o fim das eleições municipais. Haddad participou de várias reuniões com ministros das pastas afetadas e confirmou que o texto está pronto para ser enviado ao Congresso Nacional, dependendo da disponibilidade dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.

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