“Ela sucumbiu pacificamente nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira cercada por sua família e entes queridos”
Winnie Madikizela-Mandela, militante sul-africana que lutou contra o apartheid, morreu aos 81 anos nesta segunda-feira (2) . Ela era ex-esposa do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que se tornou um ícone na defesa da igualdade racial.
O porta-voz da família, Victor Dlamini, disse em comunicado que ela morreu em um hospital de Joanesburgo depois de “uma longa doença”, que a obrigou a ser internada várias vezes desde o início do ano. “Ela sucumbiu pacificamente nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira cercada por sua família e entes queridos”, afirmou.
Winnie e Nelson se casaram em 1958, seis anos antes de ele ser condenado à prisão perpétua pelo regime de minoria branca. Durante os 27 anos de prisão de Mandela, Winnie continuou com a luta anti-apartheid, passou pela prisão, por prisões domiciliares e confinamentos em uma localidade afastada de todos. O casal se divorciou em 1996 – dois anos depois que Mandela se tornou o primeiro presidente negro do país. Conhecido como “Madiba” na África do Sul, Nelson Mandela foi foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993. Mandela ficou no poder de 1994 a 1999 e morreu aos 95 anos, em Pretória.
Derrota
No começo de 2018, o Supremo Tribunal de Apelações da África do Sul arquivou um processo movido por Winnie, que pretendia assumir a casa familiar de Nelson Mandela em Qunu, no leste do país. Ela afirmava que, de acordo com a jurisprudência local, a residência pertencia a ela, já que a comprou em seu nome em 1989, quando Nelson Mandela estava preso e o casal ainda estava junto. Nelson Mandela deixou seus bens a sua última esposa (Graça Machel), seus filhos e netos, bem como colaboradores, escolas e seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC). Ele não deixou nada para Winnie.