Morte de criança após espancamento em escola gera polêmica sobre negligência médica e agressão em Belém do São Francisco

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Morte após espancamento em escola: médica afirmou que caso não era grave e não
voltou para reavaliar Alícia Valentina, diz mãe

Segundo relato, afirmação da médica foi feita no primeiro hospital que atendeu a
menina, em Belém do São Francisco. Alícia passou por mais duas unidades no
interior antes de ser transferida para o Hospital da Restauração, no Recife,
onde morreu quatro dias depois.

O que se sabe sobre a morte de criança agredida em escola de Belém do São
Francisco (PE) [https://s02.video.glbimg.com/x240/13920445.jpg]

O que se sabe sobre a morte de criança agredida em escola de Belém do São
Francisco (PE)

A mãe de Alícia Valentina, menina de 11 anos que morreu após ser espancada
dentro da escola em Belém do São Francisco, no Sertão, contou que decidiu levar a filha para casa sem esperar a alta médica, no
dia da agressão, porque nenhum profissional retornou para reavaliar o quadro de
saúde da menina.

Em entrevista à Rádio Cana Brava FM, nesta quinta-feira (11), a mãe disse que a
médica responsável havia informado que o caso não era grave, após examinar
Alícia.

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Segundo a mãe, a garota foi encaminhada ao Hospital Municipal de Belém do São
Francisco pela coordenadora da Escola Municipal Tia Zita, logo após a agressão.
No local, a profissional relatou que Alícia tinha recebido dois socos, um no
nariz e outro no ouvido.

“Quem estava no hospital com ela foi a coordenadora. Cheguei lá e disse: ‘que
foi que aconteceu?’. Ela [coordenadora] disse: ‘foi um murro no nariz e um murro
no ouvido. E saiu sangue pelo ouvido e pela boca’”, contou a mulher durante a
entrevista.

Após a aplicação da medicação, a mãe disse que retirou a filha do hospital
porque nenhum profissional retornou para fazer uma nova avaliação — prática que,
segundo ela, é comum no local.

“Fui para o laboratório, aplicou injeção na menina. A médica não voltou
novamente para dar alta e nem ver a menina. […] Lá é assim: a gente toma uma
injeção, manda ir para casa. […] Não falaram nada […]. Ninguém me deu essa
ordem aí (de liberar ou manter a menina no hospital), nem a médica, nem as
enfermeiras no laboratório”, afirmou.

Procurada pelo DE, a prefeitura de Belém do
São Francisco negou que seja uma prática comum deixar a unidade de saúde logo
após receber a medicação. Em nota, a prefeitura disse que “não houve negligência
médica ou alta hospitalar pelos profissionais de saúde que realizaram o
atendimento” e que Alícia “foi levada para casa, por sua mãe, sem autorização da
médica plantonista”.

‘Foi apenas uma criança’, diz tia de menina que morreu após ser agredida em
escola [https://s04.video.glbimg.com/x240/13921359.jpg]

‘Foi apenas uma criança’, diz tia de menina que morreu após ser agredida em
escola

Em entrevista ao DE nesta quinta-feira
(11), a tia de Alícia – que registrou o boletim de ocorrência do caso – Maria
Helena dos Santos, contou que a menina foi agredida por apenas um adolescente,
diferente da versão inicial informada à Polícia Civil.

De acordo com ela, a denúncia foi realizada num momento em que a família não
tinha conhecimento exato do ocorrido. A informação de que apenas um garoto havia
batido em Alícia, segundo a tia, foi mencionada pela irmã da vítima, que estuda
na mesma escola e, posteriormente, confirmada por um policial civil após a
apreensão do adolescente suspeito, na quarta-feira (10).

Ainda segundo Maria Helena dos Santos, a família segue sem confirmação de qual a
motivação da agressão. A hipótese da família é que Alícia Valentina se
desentendeu com o adolescente porque ela não quis “ficar” com ele, com base em
comentários da irmã da vítima, que estuda na mesma escola onde o caso aconteceu.

Vídeo mostra menina espancada em escola pedindo ajuda após agressão em PE
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As imagens, gravadas às 13h04, mostram Alícia de camisa branca e calça jeans
andando por um pátio até a entrada do banheiro, onde estava um grupo de alunos.

O vídeo mostra também um movimento de alunos perto da porta do banheiro. Em
determinado momento, um dos estudantes dá um empurrão em alguém. Não é possível
afirmar que Alícia é a criança empurrada.

Alguns segundos depois, um menino que testemunhou a cena corre de volta ao pátio
e fala com a funcionária. Logo em seguida, Alícia aparece caminhando e conversa
com a profissional da escola.

Enquanto pede ajuda, ela mantém uma das mãos no ouvido esquerdo e segura o
nariz, como se tentasse estancar um sangramento.

Segundo a família, a menina foi encaminhada por funcionários do colégio para o
Hospital Municipal de Belém do São Francisco. Depois que a menina foi liberada,
os pais, ao perceberem que ela apresentava um sangramento no ouvido, a levaram
ao posto de saúde do município.

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