Morte de jovem pela polícia na saída de baile funk causa revolta da família

Morte de jovem pela polícia na saída de baile funk causa revolta da família

A morte de um jovem de 26 anos provocou a revolta de uma família no Rio de Janeiro. Guilherme Lucas Martins Matias foi morto a tiros depois de sair de um baile funk no Morro do Santo Amaro, na madrugada deste domingo, 6. O carro em que estava ele e outros três jovens foi baleado por policiais militares, que afirmaram que o condutor do veículo desobedeceu à ordem de parar e acelerou.

Além disso, em depoimento, os policiais também disseram que o carona apontou uma arma prateada na direção deles. A versão foi negada. A família do jovem diz que Guilherme levava apenas um celular. Revoltada, a mãe Juliana Martins, questionou as circunstâncias do crime e desabafou:.

“O filho sai para comemorar o seu aniversário e a gente recebe a notícia de que ele está morto. Como é que pode? As pessoas que estão ali para te proteger, elas te matam. Ele vai ser mais um na estatística. Negro, pobre e favelado. Se fosse na Barra da Tijuca, com meninos brancos, isso iria acontecer? Eles iriam confundir um celular com uma pistola? Não iriam”, disse.

Guilherme Lucas era frentista e morava com a mãe e o filho. O motoboy Hugo Marcelo Martins conta que o irmão estava muito feliz porque estava cuidando do menino. A família esteve no Instituto Médico-Legal (IML) para cuidar da liberação do corpo. De acordo com o motoboy, os amigos contaram que não havia blitz, que a PM atirou e que não houve ordem de parada. Ele questionou também por que a polícia não apresentou a suposta arma.

Investigação

Outros três jovens estavam em um Renault Clio com Guilherme Lucas: Paulo Rhodney do Nascimento de Jesus, Guilherme Coutinho Martins da Silva e Matheus Coutinho Martins da Silva. O motorista do veículo assume que fez uma bandalha, mas os jovens que estavam no veículo negam a versão dada pelo policial. Eles dizem que não havia nenhuma arma e que não viram os policiais.

O caso foi registrado na 5ª DP (Mem de Sá). A arma do policial militar envolvido e as câmeras corporais utilizadas pelos policiais já foram recolhidas e os envolvidos na ocorrência prestam depoimento na 5ª DP. A 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (1ª DPJM) acompanha o caso. O carro, com as marcas de cinco tiros, foi levado para a delegacia.

À TV Globo, o porta-voz da PM, coronel Marco Andrade, disse que a ação dos PMs não respeitou o protocolo da instituição e que eles não deveriam ter atirado. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o comando da corporação já determinou a instauração de um procedimento para averiguar as circunstâncias da ação.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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