O câncer de mama é responsável por 14.206 óbitos anuais (segundo dados do INCA, 2013) e, por esse motivo, a cada ano, a economia brasileira deixa de movimentar aproximadamente R$ 2.059.870.000, gerando recuo da produtividade para o país. Esses dados são de um estudo recente que mediu as perdas financeiras na economia provocadas pela morte por câncer de mulheres economicamente ativas.
O Dia Internacional da Mulher, além de celebrar vitórias femininas, serve para lembrar que ainda há muitas dificuldades para serem superadas, como é o caso da maior atenção à saúde da população feminina. Grande parte das mulheres que são diagnosticadas com a doença, têm o SUS como a única via para conseguir tratamento, sendo submetidas a um sistema precário e capaz de tornar o enfrentamento da doença ainda mais desgastante e traumatizante.
Consciente do impacto que ações locais podem ter sobre esse cenário e aproveitando o Dia Internacional da Mulher, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), organização sem fins econômicos que trabalha para reduzir os índices de mortalidade por câncer de mama em todo o Brasil, lançará no próprio dia 8 um documento orientador que sugere frentes de trabalho para o combate ao câncer da mulher. O material é resultado de encontro promovido pela Federação em 2017, que reuniu ONGs de apoio a pacientes e lideranças políticas femininas de todo o País, entre elas governadoras, prefeitas, depuradas, vereadoras e primeiras-damas.
A partir de um panorama global, o guia aponta dificuldades identificadas no enfrentamento da doença e as possibilidades de iniciativas envolvendo poder público e terceiro setor que podem ser implementadas para superar os desafios. Visa, assim, propor caminhos para ampliar o acesso ao atendimento qualificado e ao tratamento ágil e assertivo do câncer.
O documento orientador, que será lançado pela FEMAMA, traz medidas que abrangem todo o espectro de assistência plena em saúde para as pacientes com câncer. Nesse sentido, o impacto poderá ser sentido em diferentes áreas da sociedade, inclusive na economia.“
Perda financeira
A pesquisa publicada recentemente no periódico “Cancer Research Epidemiology” concluiu que cada morte feminina em decorrência de câncer gera uma perda média de R$ 145 mil à economia brasileira. Considerando as 14.206 mortes anuais de mulheres por câncer de mama no Brasil, mais de R$ 2 bilhões deixam de ser injetados na economia brasileira.
O cálculo do estudo considera a renda média das profissionais, quantos anos deixaram de ser trabalhados e com quanto elas poderiam ter contribuído economicamente por meio de salário e emprego até o final da carreira. E cada vida feminina perdida pelo câncer gera uma perda média de R$ 145 mil na economia. Ou seja, o montante que deveria ser investido pelo poder público no tratamento dessas pacientes é muito inferior ao que o montante que a economia brasileira deixa de ganhar se essas mesmas mulheres estivessem vivas e economicamente ativas.