Motorista da carreta em acidente com 39 mortos estava sob efeito de drogas

Arilton Bastos Alves, o motorista da carreta envolvida no trágico acidente que resultou na morte de 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, em dezembro passado, foi submetido a um exame toxicológico que revelou o uso de cocaína, ecstasy e outras substâncias ilícitas. A análise foi realizada dois dias após a colisão e resultou na sua prisão no Espírito Santo na manhã desta terça-feira (21).

A decisão judicial que determinou a detenção do condutor indicou a presença de cocaína, ecstasy, MDA, alprazolam, venlafaxina e outras drogas em seu organismo. Os peritos que analisaram os resultados afirmaram que Alves estava sob a influência de “cocaína e álcool etílico concomitantemente”.

Além disso, há suspeitas de que o investigado tinha o hábito de dirigir sob influência de álcool, uma vez que em julho de 2022 foi abordado por policiais dirigindo sob efeito de bebidas alcoólicas, o que resultou na suspensão de sua habilitação.

A decisão judicial apontou que o comportamento de Alves não foi um mero descuido, mas sim uma clara decisão de assumir riscos, especialmente devido ao uso de substâncias ilícitas como cocaína, álcool e ecstasy.

O acidente fatal que ocorreu na madrugada de 21 de dezembro envolveu um ônibus de viagem, uma carreta e um carro, repercutindo em uma tragédia que abalou a região de Teófilo Otoni. Alves fugiu do local do acidente, porém se entregou à polícia posteriormente. A Justiça, inicialmente, negou o pedido de prisão preventiva, mas depois reconsiderou a decisão devido a diversos fatores, incluindo o abandono do local, excesso de carga na carreta e alta velocidade.

De acordo com a análise do juiz, o comportamento de Alves evidencia um dolo eventual, uma vez que assumiu vários riscos ao conduzir o veículo. Ele admitiu não verificar corretamente a amarração da carga e os limites de peso estabelecidos, o que contribuiu para a tragédia.

O acidente aconteceu no km 285 da BR-116, em Lajinha, distrito de Teófilo Otoni, às 3h30, envolvendo um ônibus da empresa Emtram que partiu de São Paulo com destino à Bahia. A causa inicial foi atribuída ao estouro de um pneu do ônibus ou ao desprendimento de um bloco de granito da carreta, segundo relatos do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal.

Durante as investigações, testemunhas afirmaram não ter ouvido estampidos de explosão de pneu ou observado o veículo desgovernado no momento do acidente. A tragédia deixou um rastro de dor e desolação, marcando a memória da região e evidenciando a importância da prudência e responsabilidade ao volante.

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