Um motorista de aplicativo de 41 anos foi indiciado por injúria racial após ofender uma passageira de 26 anos, que havia saído de um terreiro de matriz africana em Sobradinho, no Distrito Federal. O caso ocorreu em 2023, mas o indiciamento foi formalizado na última sexta-feira, 14, pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (Decrin). Na ocasião, o homem disse à passageira que “não carregava macumbeira”.
De acordo com o relato da vítima, ela e a filha de 6 anos entraram no veículo quando o motorista começou a repetir insistentemente a frase “Deus abençoe”. Diante do desconforto, a passageira afirmou que, se ele continuasse, seria melhor interromper a corrida. Em resposta, o condutor declarou: “Melhor mesmo, porque eu não carrego macumbeira”. Em seguida, parou o carro e pediu que as duas descessem, deixando-as a poucos metros do ponto de partida.
A mulher, que se identificou como praticante de religiões de matriz africana, registrou o caso junto às autoridades, resultando na abertura de um inquérito. O motorista foi indiciado por injúria racial, crime previsto no artigo 140, §3º, do Código Penal, com pena de reclusão de 1 a 3 anos, além de multa.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que analisará se oferecerá denúncia contra o motorista. Caso seja condenado, ele poderá cumprir pena em regime inicialmente fechado, além de ter que pagar multa.