Motorista diz que indígena que desceu do ônibus em Morrinhos está mentindo

Na tarde de ontem (07), um indígena da tribo Xavante, de 28 anos, procurou um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmando que foi abandonado próximo ao km 619 da BR-153, no trevo de acesso a Morrinhos. Segundo ele, o motorista do ônibus no qual ele viajava, com destino à Goiânia, parou o veículo no meio da rodovia, pediu a passagem, afirmou que ela era falsa e o obrigou a se retirar.

A PRF procurou pelo ônibus e o motorista, mas pelo horário das buscas ele já teria chegado ao destino final. Porém, por volta das 19h de ontem a corporação conseguiu contato com o motorista, que retornou ao posto policial. Ele alegou que assumiu a condução do veículo em Uberlândia, cidade onde reside, às 3h20 da manhã de ontem e às 06h foi realizada a parada para o lanche, em um posto de combustível localizado às margens da BR 153, em Goiatuba.

Ao final dessa parada, às 06h30, todos os passageiros embarcaram quando o motorista teria sido procurado pelo indígena que, segundo ele, pediu para descer do ônibus. O motorista teria solicitado a presença de algumas testemunhas, para que se resguardasse. Mas logo depois, o índio teria desistido do pedido, retornou ao ônibus e seguiu viagem para Goiânia.

De acordo com o motorista, após percorrer aproximadamente 5 km o indígena começou a se debater e a incomodar diversos passageiros e ao aproximar-se de Morrinhos, ele começou a implorar para descer. O condutor teria pedido para que ele aguardasse, pois o deixaria no posto da PRF, entretanto, como o indígena estava em uma forte discussão com outro passageiro, ele optou por parar o ônibus no trevo de acesso a Morrinhos, quando o passageiro desceu, pegou um objeto o lançou no ônibus, sem causar danos.

O motorista deve se apresentar hoje na Delegacia da Polícia Civil de Morrinhos, que cuida das investigações do caso, para prestar depoimento.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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