Motorista embriagado é absolvido após acidente que matou motoboy no Paraná

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Acusado de matar motoboy em acidente enquanto dirigia embriagado é absolvido
pela Justiça do Paraná

Acidente foi registrado por câmera de monitoramento. Willian da Silva Carvalho,
de 25 anos, morreu enquanto trabalhava após ser atingido pela caminhonete de
Eliel Pacheco, de 48 anos.

Motoboy morre ao ser atingido por caminhonete com motorista embriagado, diz
polícia

Eliel Pacheco, homem de 48 anos acusado de matar o motoboy Willian da Silva
Carvalho enquanto dirigia uma caminhonete embriagado, foi absolvido pela segunda
instância da Justiça do Paraná.

Na decisão, o desembargador Gamaliel Seme Scaff entendeu que Eliel cumpre as
condições legais para conseguir a suspensão condicional do processo e afirmou
que o acidente foi causado pela vítima estar em alta velocidade.

A colisão aconteceu em fevereiro de 2024
em Ponta Grossa, nos Campos
Gerais do Paraná, e foi filmada por uma câmera de monitoramento. Assista acima.

Eliel havia sido denunciado pelo Ministério Público (MP) por dirigir embriagado
e por homicídio culposo (sem a intenção de matar) na direção de veículo.

No primeiro julgamento, em julho de 2024, o juiz Hélio Cesar Engelhardt condenou
Eliel por dirigir embriagado, considerando que o resultado do bafômetro foi
positivo, e o absolveu de homicídio, considerando que o réu não agiu de forma
negligente e afirmando que a vítima estava em alta velocidade.

A pena prevista foi de seis meses de prisão em regime aberto, substituída por
serviços comunitários, multa e suspensão do direito de dirigir por dois meses.

Os advogados de defesa e os de acusação recorreram da sentença e a nova decisão
foi proferida pelo desembargador Gamaliel Seme Scaff neste mês.

Nela, o magistrado manteve a absolvição de Eliel do crime de homicídio e anulou
parcialmente a condenação por ele dirigir embriagado, citando que o réu tem
direito à suspensão condicional do processo e determinando que o Ministério
Público ofereça a suspensão, conforme previsto em lei.

“A causa do acidente foi a alta velocidade e a manobra irregular da vítima, e
não a travessia da via pelo apelado. Além disso, em que pese tenha havido a
demonstração de ingestão prévia de álcool (0,47mg/L), a prova contida dos autos
anotou que as imagens indicam que não obstante tal fato, ele não violou o dever
de cuidado ao cruzar a via preferencial. A causa, portanto, que gerou o
acidente, foi a velocidade empregada pela vítima somada à ultrapassagem pela
direita, que não permitiu ao apelado a visualização da motocicleta”, disse o
magistrado, na decisão.

Fernando Madureira, advogado de defesa do réu, explica que nos crimes em que a
pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, o MP propor a suspensão do
processo, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, “presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena, como, não ser reincidente, a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, os motivos do crime
e as circunstâncias do crime autorizem a concessão do benefício”.

“No caso do acidente que infelizmente causou a morte do jovem motociclista, o
entendimento do Tribunal de Justiça do Paraná foi que a causa do acidente foi a
alta velocidade e a manobra irregular da vítima ultrapassando pela direita, e
não a travessia da via preferencial pelo motorista, embora tenha ingerido certa
quantidade de substância alcoólica”, afirma.

Em nota, Rudolf Eric Christensen, advogado que atua na defesa da família de
Willian, disse que vai analisar a decisão juntamente aos familiares da vítima.

> “A defesa achou um absurdo um motorista alcoolizado matar um trabalhador pai
> de família e irá se manifestar no processo após análise completa da decisão,
> juntamente com a família”, diz.

O DE também entrou em contato com o Ministério Público e aguarda resposta. DE ACONTECEU ENQUANTO MOTOBOY ESTAVA TRABALHANDO

O acidente aconteceu por volta das 20h de 3 de fevereiro de 2024, um sábado.

Nas imagens da câmera de monitoramento, é possível ver que o motoboy trafegava
na avenida Dom Geraldo Pelanda quando foi atingido pela caminhonete, que tentava
atravessar a avenida para acessar outra rua. Ao ser atingido, Willian é
arremessado para a calçada.

O boletim da ocorrência apontou que o condutor da caminhonete, o motorista
profissional Eliel Pacheco, de 48 anos, estava embriagado. O teste do bafômetro
apontou que Eliel estava com 0,47 miligramas de álcool por litro de ar expelido,
o que caracteriza crime de trânsito.

Ele foi preso em flagrante e no dia seguinte recebeu liberdade provisória.

Willian da Silva Carvalho tinha 25 anos e estava trabalhando quando sofreu o
acidente e morreu no local.

Ele era mecânico industrial e atuava como motoboy para complementar a renda. O
profissional era casado e deixou uma filha de dois meses de idade.

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