Motorista vai responder por homicídio doloso por acidente que matou quatro policiais do COD

Corpos dos quatro policiais mortos em acidente são velados em Goiânia

A Polícia Civil de Goiás concluiu o inquérito que apurou a morte de quatro policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD),  em um acidente envolvendo uma viatura e uma carreta, na noite do último dia 24, km 83 da BR-364, município de Cachoeira Alta, região sudoeste de Goiás. O motorista do caminhão deverá ser indiciado por homicídio doloso.

O dolo eventual é quando o agente assume o risco, mas também o aceita, o que é totalmente diferente da culpa consciente, pois o motorista assume o risco, mais não aceita o resultado, enfim, não desejava o resultado.

“Ao final do inquérito, restou comprovado pelo laudo policial que o caminheiro que dirigia o veículo que saía de Jatai e estava indo para Ribeirão Preto, invadiu uma faixa contrária em um local em que a ultrapassagem era proibida, atingindo velocidades entre 110 e 120 km por hora. E em razão desta manobra, vitimou aos quatro policiais”, afirmou o delegado Guilherme Oliveira Ribeiro de Souza, da , da Delegacia de São Simão e Cachoeira Alta.

Ainda segundo o delegado, foram diversas diligências e oitivas realizadas. “A Polícia Civil finaliza o inquérito e entende que esse motorista praticou homicídio doloso, a título de dolo eventual, e não homicídio culposo do Código de Trânsito Brasileiro, em razão das diversas circunstâncias e da irresponsabilidade da manobra realizada”, finaliza.

Relembre o acidente

Três policiais militares morreram no local e um foi socorrido por uma Unidade de Emergência da Concessionária e levado para o Hospitalar Municipal de Caçu, no entanto, ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

As vítimas do acidente foram Sargento Gleidson Rosalen Abib; 1º Sargento Liziano José Ribeiro Junior; 3º Sargento Anderson Kimberly Dourado de Queiroz; e Cabo Diego Silva de Freitas.

O caso causou grande repercussão e comoção. Os corpos foram velados na quinta-feira, 25, no Comando da Academia de Polícia Militar (CAPM), no Setor Leste Universitário, em Goiânia. O velório teve início após um cortejo, acompanhado por um comboio de viaturas de todas as forças militares, incluindo um helicóptero.

Os corpos dos militares foram sepultados nos seguintes locais:

  • Gleidson Rosalen Abib: Anápolis, a 55 km de Goiânia
  • Liziano José Ribeiro Junior: Turvânia, região central de Goiás
  • Anderson Kimberly Dourado de Queiroz: Goiânia
  • Diego Silva de Freitas: Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal.

Homenagens

O velório contou com a presença de todas as forças policiais goianas, incluindo a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, Polícia Técnico-Científica, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. O secretário de Segurança Pública, Renato Brum, prestou homenagem aos militares falecidos.

Durante a despedida dos policiais, o governador do estado, Ronaldo Caiado, destacou a determinação e coragem dos heróis do COD, e enfatizou o luto de três dias decretado em Goiás. Ele também mencionou a solidariedade do governo, da Secretaria de Segurança Pública e do comando da Polícia Militar para apoiar as famílias enlutadas diante da perda.

O COD lamentou a tragédia, destacando que os policiais morreram durante o “cumprimento do dever”. “Suas partidas deixam um vazio imenso, mas o legado de bravura e dedicação, de cada um, continuará inspirando a todos que lutam por um mundo mais justo e seguro”, diz a mensagem.

 

O governador Ronaldo Caiado lamentou as mortes dos militares em uma postagem nas redes sociais. “Informo que acabei de determinar que se decrete luto oficial de três dias no estado, em homenagem a esses guerreiros que serão sempre lembrados pelo trabalho heróico que desempenhavam em defesa dos goianos”, diz trecho da nota.

 

A Polícia Militar de Goiás também manifestou pesar em nota oficial

Nota da Polícia Militar:

É com profundo pesar que a Polícia Militar do Estado de Goiás confirma e lamenta o falecimento, na noite desta quarta-feira (24/04), de quatro policiais militares do COD – Comando de Operações de Divisas, vítimas de um acidente de trânsito ocorrido na rodovia que liga as cidades de Caçu e Jataí. Os militares estavam de serviço, em deslocamento, quando envolveram-se em acidente de trânsito.

Neste momento de dor, nos solidarizamos com as famílias enlutadas e expressamos nossas mais sinceras condolências. Que encontrem conforto na lembrança do legado e do compromisso desses heróis da segurança pública.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” – João 3:16

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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