A escolha de Jorge Messias por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) causou grande impacto entre lideranças e entidades do Movimento Negro em todo o Brasil. Feito no Dia da Consciência Negra, o anúncio foi criticado por representantes do setor, que consideraram a decisão inadequada e politicamente problemática. A falta de representatividade negra no Judiciário foi ressaltada, já que o Movimento Negro defendia a indicação de uma mulher negra para o STF, algo inédito na história da Corte suprema.
A Educafro, importante entidade do Movimento Negro, recebeu diversas manifestações de repúdio de várias regiões do país após o anúncio de Messias. Em resposta, solicitaram a Lula esclarecimentos sobre o processo de escolha para o STF, pedindo inclusive um encontro no Palácio da Alvorada com líderes negros antes da sabatina do indicado no Senado. A percepção geral é de que a escolha de Messias evidenciou um distanciamento do governo em relação à pauta racial, ignorando a expectativa criada em torno de uma indicação inovadora.
Desde a redemocratização do Brasil, o STF teve apenas um ministro negro autodeclarado, Joaquim Barbosa. Considerando ministros pardos, como Nunes Marques e Flávio Dino, o número poderia chegar a três. Com a possível nomeação de Messias, esse total poderia subir para quatro, ainda abaixo da representatividade da população. A indicação agora segue para o Senado, onde Messias passará por sabatina na CCJ antes de ser votado no plenário.




