MP-BA denuncia policiais pela morte de terceirizado da Embasa: Família busca justiça

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou à Justiça os policiais militares Cláudio Alves dos Prazeres Júnior, Igor Portugal da Fonseca e Rafael Vieira da Silva, investigados pela morte do funcionário terceirizado da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) Welson Figueredo Macedo, de 28 anos, baleado no bairro de Castelo Branco, em Salvador. As imagens e depoimentos contestaram a versão apresentada pelos policiais.

A denúncia foi oferecida no dia 18 de dezembro, mas a informação só foi divulgada nesta quinta-feira (26). A Justiça vai avaliar os pedidos feitos pelo órgão estadual no curso da instrução criminal, caso seja aceito, eles se tornarão réus. O MP-BA solicitou o afastamento cautelar dos suspeitos do policiamento ostensivo por 180 dias, além da proibição de acesso ao bairro onde ocorreu o crime e contato com testemunhas e familiares da vítima durante o processo.

Segundo a denúncia, Welson foi atingido por um tiro de carabina nas costas, causando um traumatismo abdominal fatal. Com base em testemunhos e imagens de câmeras de segurança, presentes no inquérito policial, a denúncia contrariou a versão dos policiais de que Welson estaria armado e teria trocado tiros com os militares. Testemunhas e imagens mostram que a vítima estava desarmada e retornava do trabalho quando foi baleada.

Os policiais alegaram que perseguiam três suspeitos de roubo e que Welson foi atingido durante a troca de tiros. No entanto, as evidências indicam que a vítima não tinha relação com o trio e foi baleada posteriormente. Além disso, a denúncia aponta que os militares teriam manipulado a cena do crime, removendo pertences da vítima, alterando a posição do corpo e adicionando uma arma de fogo para simular um confronto.

Os suspeitos ainda podem responder por crime de fraude processual. O caso está sob análise da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador e será acompanhado por uma Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial. A família de Welson luta por justiça e busca esclarecimentos sobre a tragédia que resultou na morte do jovem terceirizado da Embasa.

Os depoimentos e imagens coletadas revelam inconsistências na versão dos policiais, questionando a conduta dos agentes envolvidos. A Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informaram que estão investigando o caso, assim como a Corregedoria e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O Ministério Público acompanha de perto as investigações para garantir a apuração rigorosa dos fatos.

A família de Welson, abalada pela perda, clama por justiça e busca respostas sobre o trágico acontecimento. O caso, marcado por contradições e suspeitas de manipulação de cena, levanta questionamentos sobre a conduta dos policiais envolvidos e a necessidade de esclarecimentos em relação à morte do jovem terceirizado da Embasa. Espera-se que a justiça seja feita e os fatos sejam devidamente esclarecidos para trazer paz e respostas à família enlutada.

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Trabalhadores terceirizados da BYD negam acusações de escravidão em vídeo recente: empresa refuta irregularidades e salários foram pagos conforme prometido

Em vídeo postado pela empresa terceirizada da BYD, trabalhadores negam veementemente qualquer condição de escravidão em seu ambiente de trabalho. Jinjiang Construction Brazil divulgou um vídeo que mostra uma carta conjunta assinada pelos funcionários, na qual refutam as acusações de irregularidades feitas contra a empresa. Segundo a Jinjiang, os salários foram devidamente pagos aos trabalhadores e nenhuma restrição de liberdade foi imposta durante o período de trabalho.

Os trabalhadores da terceirizada da BYD reforçaram as declarações feitas no vídeo, enfatizando que se sentem insultados pelas acusações de escravidão e afirmam que seus direitos humanos foram violados. Em relação aos documentos, um dos trabalhadores explicou que houve um processo de regularização que demandou a retenção temporária dos passaportes. A empresa negou veementemente ter confiscado os passaportes dos funcionários, mas sim apenas tomou medidas para cumprir as exigências legais.

Os trabalhadores chineses resgatados durante a operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) foram hospedados em hotéis pela BYD. A empresa encerrou o contrato com a Jinjiang Construction Brazil após as acusações de tráfico internacional de pessoas. O MPT informou que os trabalhadores enfrentaram condições degradantes nos alojamentos, incluindo falta de colchões, banheiros insuficientes e más condições de higiene no refeitório.

Durante as investigações do MPT, também foram encontrados indícios de trabalho forçado, restando evidente a retenção de 60% dos salários dos trabalhadores, pagamento em moeda estrangeira e jornadas exaustivas de 10 horas diárias. As condições inadequadas de descanso e a falta de formalização dos contratos foram apontadas como violações sistemáticas dos direitos trabalhistas. A BYD está sob investigação por tráfico internacional de pessoas em Salvador.

Os trabalhadores resgatados afirmam que desejam permanecer no Brasil e continuar exercendo suas atividades laborais, destacando a importância do emprego para eles. Por fim, esperam que o governo possa intervir a fim de solucionar a questão de forma justa e satisfatória. A situação dos trabalhadores chineses resgatados na Bahia expõe a fragilidade das condições de trabalho em determinados setores e a necessidade de fiscalização e proteção dos direitos humanos e trabalhistas.

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