MP e polícia combatem furto de petróleo em dutos da Petrobras

Ação visa cumprir 14 mandados de prisão em três estados

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) e a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados, da Polícia Civil, desencadearam hoje (22) a operação Conexão Clandestina.

A meta é desbaratar uma quadrilha que vinha furtando óleo em dutos da Petrobras. A ação visa o cumprimento de 14 mandados de prisão contra acusados de furtar petróleo da Petrobras Transporte (Transpetro), o braço logístico para a área de transportes da estatal.

A operação também objetiva o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados, em diversos locais do estado do Rio, Santo André (SP) e Luziânia (GO).

A ação conta ainda com o apoio dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado dos Ministérios Públicos do Estado de São Paulo e do Núcleo Regional do Entorno do Distrito Federal. Participam agentes da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

As informações em poder de agentes que participam da operação assinalam que a organização é liderada pelo empresário Gilberto Rivarola Corrêa, que tinha como um de seus principais colaboradores o policial militar Francisco Dodaro, conhecido como Doda.

Nota fiscal fria 

As investigações levantaram que o grupo procurava localizar os pontos de passagem dos dutos da subsidiária da Petrobras, identificava os locais mais acessíveis e, a partir daí, integrantes da quadrilha instalavam válvulas para desviar os derivados para os caminhões da quadrilha, que depois seguiam para refinarias clandestinas estrategicamente instaladas para dar prosseguimento à ação criminosa.

Segundo informações do Ministério Público, as investigações começaram a partir da apreensão de um caminhão carregado com petróleo cru, que atolou no município de Magé, no Estado do Rio.

No veículo, foi encontrada uma nota fiscal fria emitida em nome de uma empresa, que depois se constatou pertencer ao empresário Rivarola Corrêa. Os integrantes do grupo estão sendo denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, furto qualificado, receptação e falsidade ideológica.

Fonte: Agência Brasil

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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