MP estima 450 órfãos da Covid em Campinas, mais que o dobro dos registros cartorários

Cartórios de Campinas registraram 106 órfãos da Covid em três anos, mas MP mapeia quatro vezes mais

A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude estima que 450 crianças e adolescentes perderam pelo menos um dos pais entre 2020 e 2022. Os cartórios de Campinas (SP) contabilizaram, entre 2020 e 2022, 106 crianças e adolescentes órfãos de pelo menos um dos pais por conta da Covid-19. Um mapeamento feito pelo Ministério Público (MP-SP) no mesmo período, porém, revelou um número pelo menos quatro vezes maior.

Isso porque a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Campinas realiza, desde o início da pandemia, um acompanhamento dos menores que perderam um ou os dois genitores por conta da doença. A estimativa é que esse cenário tenha afetado cerca de 450 crianças e adolescentes.

Andréa Santos Souza, promotora da Infância e Juventude de Campinas, comentou: “Eu localizei [esse número] por busca ativa, verificando quase 3 mil certidões de óbitos, uma por uma, eu e meus funcionários fomos lendo, do período de março de 2020 a setembro de 2022, mais ou menos. Eu instalei um procedimento aqui e eu tenho acompanhado com o município o que está sendo feito para esses órfãos.”

A pandemia trouxe desafios particulares tanto para os órgãos públicos quanto para os menores. No ápice da doença, por exemplo, crianças e adolescentes que ficaram órfãos por conta da Covid-19 precisaram enfrentar o luto sem despedidas, lembra a promotora.

O acompanhamento feito pela promotoria junto aos órfãos da Covid revelou que todos permaneceram sendo criados dentro do núcleo familiar, sem adoções irregulares. Não houve, também, separação de irmãos, mesmo diante de casos envolvendo famílias grandes, com cinco ou sete filhos.

Agora, o Ministério Público quer intensificar capacitações para que a orfandade por qualquer causa seja entendida como uma forma de desproteção. A promotora da Infância e Juventude de Campinas afirmou: “E agora também nós vamos começar o ano que vem o trabalho desse conceito com as escolas. Porque às vezes o menino está lá, que os professores podem entender como revoltado, indisciplinado, e na verdade ele está em sofrimento.”

A promotora da Infância e Juventude de Campinas afirma que, apesar de existir conscientização e engajamento na esfera pública sobre a questão da orfandade, os problemas vividos por crianças e adolescentes requerem mais celeridade. A rotina da promotoria inclui, segundo Souza, acompanhar de perto os desdobramentos nos casos de orfandade na metrópole.

Promulgado em 16 de dezembro de 2021, o “Auxílio Campinas Protege” beneficiou as famílias que registraram óbito de um ou de ambos os pais a partir da vigência do estado de calamidade pública, decretado pelo município no dia 21 de março de 2020.

Para falar sobre casos de orfandade, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Campinas disponibiliza as seguintes formas de contato: telefone: (19) 3578-8300, WhatsApp: (19) 99250-9140, e-mail: [email protected], endereço: Av. Francisco Xavier Arruda Camargo, 340 – Jardim Santana, Campinas.

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Nomes mais registrados em Santos em 2024: Helena lidera preferência dos pais santistas

Helena é o nome mais escolhido pelos santistas para registrar filhos pelo 2º ano consecutivo, de acordo com levantamento divulgado pela Arpen-Brasil, entidade que congrega os Cartórios de Registro Civil do país e reúne informações sobre nascimentos, casamentos e óbitos registrados em todo o Brasil. A preferência pelo nome Helena, com 101 registros, desbancou o nome Arthur, que aparece em segundo lugar e também é um favorito nacionalmente. Em Santos, a tendência é por nomes curtos e de fácil pronúncia, conforme aponta a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP).

Além de Helena, outros nomes femininos mais preferidos pelos santistas em 2024 incluem Cecília (88 registros), Laura (88 registros) e Maite (85 registros). Entre os nomes masculinos, além de Arthur (93 registros), Miguel (90 registros), Bernardo (87 registros) e Noah (85 registros) também foram populares na escolha dos pais. Segundo o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli, a preferência por esses nomes reflete gostos individuais, influências culturais, religiosas e da mídia, que desempenham um papel fundamental na formação das preferências.

Os cartórios desempenham um papel crucial como guardiões da história e da identidade cultural do Brasil, registrando a história de cada família e indivíduo do nascimento ao óbito, preservando-a para a posteridade, conforme explicou Fiscarelli em nota oficial. Em Santos, os nomes mais registrados incluem Helena, Arthur, Miguel, Cecília, Laura, Bernardo, Maite, Noah, Ravi e Alice, segundo dados fornecidos pela Arpen-SP.

Diversas outras cidades da região também revelaram os nomes mais registrados em seus respectivos cartórios. Em Bertioga, Ravi e Maite foram os mais populares, em Cubatão, Noah liderou o ranking, enquanto em Itanhaém, Ravi foi o nome mais registrado. Em Guarujá, Gael foi o nome mais comum, já em Mongaguá, Noah liderou a preferência. Praia Grande teve Miguel no topo da lista, e em Peruíbe, Theo se destacou. Por fim, em São Vicente, Miguel liderou a preferência seguido por Gael e Ravi, entre outros.

Os nomes escolhidos para registrar os filhos refletem não apenas preferências individuais, mas também fatores culturais e influências midiáticas. Os cartórios desempenham um papel vital na preservação da história e da identidade cultural, registrando informações importantes sobre cada indivíduo e família. Com a tendência de nomes curtos e fáceis de pronunciar, como Helena e Arthur, a tradição de escolher nomes significativos permanece forte entre os santistas, refletindo um profundo apego aos valores familiares e culturais.

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