MP-GO denuncia ex-vereador de Goiânia e mais 10 pessoas por golpe da casa própria

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou, nesta terça-feira (31),  onze pessoas incluindo o ex-vereador de Goiânia, José Maurício Beraldo. Todos eles são acusados de atuar na empresa chamada Sociedade Habitacional Comunitária (SHC). O golpe consistia em convencer as vítimas de que era necessário o pagamento de determinada quantia para que então fossem inclusas no Programa Habitacional da Agência Goiana de Habitação (AGEHAB).

Segundo documentos do MP-GO, os golpistas teriam cobrado por moradias do Residencial João Paulo II, que nem mesmo serão construídas, desembolsando valores entre R$ 6 mil e R$20 mil das vitimas.

A operação Alicerce foi deflagrada em outubro do ano passado e descobriu a organização criminosa que fraudava a inscrição de famílias de baixa renda em programas de moradia popular. Foram identificadas mais de 100 pessoas prejudicadas e cerca de 200 crimes praticados entre 2004 e 2017. Devido à impossibilidade de unir tudo isso em apenas um processo criminal, o MP optou por uma denúncia dos crimes de integração de organização criminosa e outros 14 estelionatos.

Além do ex-vereador José Maurício Beraldo os integrantes da quadrilha denunciados pelo MP-GO são Maria Aparecida da Silveira, atual presidente da  SHC e esposa de José Maurício; Emília Angelina de Jesus, tesoureira da empresa e cunhada do ex-vereador; Pedro Beserra da Cruz, assistente administrativo aposentado; Wender Mendes Araújo, funcionário; Silas de Oliveira Almeida, funcionário da SHC e ex-funcionário da Agehab; André Luiz Alves de Carvalho, ex-vice-presidente da SHC, Eduardo Luiz Moreira; Nilberto Moreira Lopes; Alexandro Jacinto de Souza e Keslley Bernadino Avelar.

Segundo documento do MP-GO, “A organização criminosa, no decorrer de sua existência (2004 a 2017), praticou inúmeros crimes de estelionato contra diversas vítimas, sempre com o objetivo de obter vantagem pecuniária em detrimento de pessoas de baixo poder aquisitivo e que possuíam o sonho da casa própria em comum”.

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Polícia desmantela esquema nacional de golpes bancários

Polícia Civil de Goiás (PCGO) deflagra a Operação Falsa Central, uma ação coordenada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Gref), da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Foram cumpridos 95 mandados judiciais em todo o país — 58 de busca e apreensão e 37 de prisão —, além do bloqueio de 438 contas bancárias ligadas ao grupo.

A operação, nesta quinta-feira (21/11), que contou com apoio das polícias civis de São Paulo, Pernambuco, Pará, Piauí e Ceará, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária. O esquema causou prejuízos de aproximadamente R$ 200 mil a 27 vítimas identificadas apenas em Goiás.

O delegado William Bretz, chefe do Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Deic), conta que a Operação terá desdobramentos.

“A partir da análise do número 0800 usado no golpe, os investigadores descobriram outras 449 linhas vinculadas ao grupo, sugerindo um esquema de alcance nacional. Embora a primeira fase da operação tenha focado nas vítimas goianas, há indícios de centenas de outras vítimas em diferentes estados, que serão o alvo das próximas etapas”, disse.

Os envolvidos responderão por crimes como fraude eletrônica, furto mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 29 anos de prisão. As investigações continuam sob responsabilidade do Gref/Deic de Goiás.

Alerta à população:

A Polícia Civil orienta que a população desconfie de mensagens ou ligações suspeitas sobre compras não reconhecidas e que jamais realize transações ou forneça dados pessoais sem antes confirmar diretamente com seu banco.

Em casos suspeitos, a recomendação é registrar um boletim de ocorrência imediatamente.

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