Última atualização 06/09/2017 | 00:28
O promotor de Justiça Danni Sales Silva, da 1ª Promotoria de Anicuns, ofereceu duas denúncias criminais contra o padre Iran Rodrigo Souza de Oliveira, preso na Operação Sacrilégio, que investiga acusações de abuso sexual contra o sacerdote.
Iran Rodrigo é acusado pelos crimes de violação sexual mediante fraude contra três vítimas, duas adultas e uma delas com 14 anos na época dos fatos, cometidos mais de uma vez. Além disso, ele será investigado pela prática do crime de possuir registro de conteúdo pornográfico envolvendo criança ou adolescente.
Conforme a denúncia, os crimes ocorreram nos municípios de Americano do Brasil e Adelândia. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) também encontrou indícios de possíveis crimes cometidos pelo padre em outras três cidades: Caldas Novas, Aragarças e Caiapônia.
Abusos
Segundo as investigações do MP-GO, os abusos ocorriam a partir de estratégia do padre de submeter as vítima a rituais de “cura e santificação”. Iran Rodrigo prometia às adolescentes resolver problemas de saúde e até mesmo recuperar a virgindade. Para isso, as jovens precisavam ficar nuas e aceitar o toque das mãos do padre em partes íntimas de seu corpo.
Em relação a jovem de 14 anos, o “processo de purificação” incluiu a troca de mensagens por aplicativo de celular, em que o padre a orientava a mandar fotos nuas de seu corpo para ratificar o ritual. Essas conversas pelo aplicativo foram comprovadas a partir de uma interceptação telemática efetuada pelo MP.
A denúncia cita, ainda, o relato de uma vítima que trabalhou com o acusado na antiga Casa das Freiras, hoje Casa Paroquial, em Adelândia. Ela foi abusada pelo sacerdote em outubro e dezembro de 2010 e, depois, em janeiro de 2015. O promotor apontou que a adolescente passou pelos abusos na tentativa de se curar de um suposto problema no ovário que lhe causaria fortes dores de cabeça, segundo diagnóstico do padre. O homem a coagiu a aceitar ter relações sexuais.
Preso desde agosto, Iran Rodrigo alegou, em depoimento, possuir o dom de cura pelas mãos e confirmou ter tocado nas vítimas. No entanto, a denúncia sustenta que o padre agiu de forma dolosa, a fim de obter satisfação sexual, atentando contra a dignidade sexual das vítimas.