MP pede arquivamento de processo do pai que matou filho acidentalmente

O Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu à Justiça o perdão judicial e o arquivamento do processo contra o pai do garoto Eliseu Eugênio Kraemer, de 11 anos, que foi morto de forma acidental pelo homem no último dia 27 de maio, em Formosa.

O promotor de Justiça Douglas Chegury, titular da 3ª Promotoria de Formosa, entendeu que apesar da falta de maiores cuidados do pai ao guardar e manusear a arma de fogo, “deve-se levar em conta o fardo moral eterno decorrente da responsabilidade pela morte da vítima”.

Depois do ocorrido, o homem, de 41 anos, atirou contra o próprio rosto, mas não morreu. A caminho do hospital, escreveu uma carta na ambulância, pedindo desculpas por ter acertado um tipo de espingarda no filho.

“O permanente sentimento da perda é mais que suficiente para a prevenção e reprovação do crime, sendo totalmente desnecessário infligir ao investigado, já estigmatizado, o sofrimento psicológico de ver sua tragédia pessoal rememorada e discutida no âmbito de um processo judicial”, disse.

O perdão judicial, nos casos de homicídios culposos (quando não há intenção de matar), deve ser aplicado em observância ao grau de relação entre autor e vítima e, consequentemente, ao sofrimento do autor em virtude do crime.

Inquérito

De acordo com o inquérito policial, o pai da vítima é atirador esportivo, tendo autorização para possuir algumas armas de fogo. Com o objetivo de vender um revólver calibre 22, o pai recebeu em sua casa, na noite do dia 27 de maio, um interessado em comprar a arma.

Porém, no mesmo estojo em que estava guardado o revólver, também havia sido guardada uma espingarda calibre 12, municiada e sem o acionamento da tecla de travamento. Assim, no momento em que ele retirou a espingarda da caixa, a arma disparou acidentalmente, atingindo Eliseu Eugênio que brincava a cerca de 1 metro do local onde o pai estava.

Ao perceber que o filho havia sido atingido, o pai da criança o pegou no colo e saiu correndo desesperado pela casa, levando-o até o banheiro da casa, onde a mãe da vítima tomava banho. Em seguida, foi até os fundos da residência e atirou em si mesmo com a mesma espingarda. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Formosa, sobrevivendo aos ferimentos.

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MP denuncia 20 torcedores do Palmeiras por emboscada

Nesta quarta-feira, 18, o Ministério Público denunciou 20 integrantes da torcida organizada Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, que estariam envolvidas no ataque a dois ônibus de torcedores do Cruzeiro. A emboscada, como a Polícia Civil tem chamado o episódio, aconteceu no dia 27 de novembro na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, e resultou na morte de um integrante da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro.

A morte de José Vitor Miranda dos Santos, informou o Ministério Público, foi causada por traumatismo cranioencefálico, em decorrência de golpes desferidos com instrumento contundente.

De acordo com o Ministério Público, os torcedores que foram denunciados hoje assumiram “o risco de resultado homicida, por motivo torpe, com emprego de meio cruel e de meio que possa resultar em perigo comum, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”. Por isso, os membros do Ministério Público solicitaram a prisão preventiva de todos os denunciados, argumentando que “soltos, os denunciados sem dúvida irão planejar novos delitos em face de torcedores do clube rival, colocando toda a sociedade em risco”.

O ataque ocorreu quando os torcedores mineiros retornavam para Belo Horizonte, após jogo contra o Athletico Paranaense, em Curitiba. Na ocasião, um dos ônibus com torcedores do Cruzeiro foi incendiado e, o outro, depredado. Além do torcedor que morreu, outros ficaram feridos. Segundo a polícia, barras de ferro, pedaços de madeira, fogos de artifício e rojões foram apreendidos no local.

Até agora, 15 pessoas suspeitas de envolvimento na emboscada já foram presas pela polícia.

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