A Prefeitura de Maringá, no norte do Paraná, foi notificada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) sobre a necessidade de melhorias no Abrigo Municipal Infantil 10 dias antes das fugas de crianças registradas no local. A notificação foi baseada em relatórios de visitas feitas entre os meses de janeiro e maio de 2025, que apontaram problemas estruturais, incluindo o fácil acesso das crianças ao telhado.
O documento também determinava que o secretário municipal de Assistência Social, Leandro Bravin, apresentasse um plano emergencial definitivo para sanar as irregularidades identificadas. A falta de recursos humanos, problemas estruturais, ausência de documentação exigida, dificuldades de articulação com outros órgãos essenciais e falta de atendimento psicológico foram algumas das irregularidades apontadas no documento do MP.
Desde o acontecimento das fugas das crianças do abrigo, a prefeitura de Maringá tem adotado medidas emergenciais, como a busca por um novo espaço para as crianças e a contratação de novos profissionais para o abrigo. A administração municipal afirmou estar tratando o tema com atenção e mobilizou diversas secretarias municipais para solucionar os problemas identificados.
As fugas das crianças foram acompanhadas de confusões e atos de violência, incluindo a depredação do abrigo e agressões a servidores. Diante da gravidade da situação, o promotor de Justiça Ricardo Malek Fredegoto notificou os gestores da Secretaria Municipal de Assistência Social quanto à responsabilidade de solucionar os problemas existentes, sob pena de medidas legais e judiciais.
A situação no Abrigo Municipal Infantil de Maringá gerou reações da sociedade civil, com especialistas apontando as fugas e atos de violência das crianças como um “grito de socorro”. O Conselho Tutelar também manifestou preocupação com a situação, que não é um fato isolado, mas reflete um colapso no sistema de acolhimento institucional da cidade.
A Polícia Civil, por meio do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente, iniciou investigações sobre o caso, incluindo a falta de estrutura adequada e o déficit de funcionários no abrigo. Enquanto isso, a Prefeitura busca um novo imóvel definitivo para o abrigo, transferindo temporariamente as crianças para locais provisórios e adotando medidas emergenciais para garantir o bem-estar dos acolhidos.