MP recomenda que Amma não encaminhe animais para oito abrigos goianos

Denúncias por maus-tratos a animais diminuem em Goiânia

MP recomenda que Amma não encaminhe animais para oito abrigos goianos

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou que Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) não faça o encaminhamento de animais abandonados e recolhidos na capital e cidades vizinhas para oito abrigos. Segundo o texto, os locais apresentam irregularidades urbanísticas e ambientais, de acordo com relatório do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). Um deles pertence a vereadora e uma candidata a deputado estadual, Luciula do Recanto (PSD).

De acordo com o promotor de Justiça Juliano de Barros Araújo, da 15ª Promotoria de Goiânia, as seguintes unidades foram apontadas como irregulares:

  • Abrigo Lar dos Animais, no Residencial Goyaz Park, em Goiânia;
  • Recanto Anjos Peludos, no Parque Itamaraty, em Aparecida de Goiânia;
  • Abrigo dos Animais Refugados, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia;
  • Abrigo Mãos que Salvam, Setor Faiçalville, em Goiânia;
  • Abrigo Recanto dos Pit Bulls, Jardim Presidente, em Goiânia;
  • Abrigo Lar Amicão, Setor Pedro Ludovico, em Goiânia;
  • Abrigo Lar de Pandora, em Bela Vista de Goiás;
  • Abrigo SOS Animal Goiânia, no Residencial Florença, em Goianira.

Em 2022, a Amma recebeu 392 denúncias de maus-tratos de animais. Cerca de 10% deles foram encaminhados para uma das instituições citadas. O promotor solicitou a relação do cadastro de animais resgatados pelo órgão e encaminhados a abrigos. Porém, não obteve resposta. Diante disso, fez a recomendação.

Recomendação:

O promotor esclarece que “são considerados maus-tratos, em síntese, manter os animais em lugares ou em condições inadequadas ao porte e espécie ou que lhes ocasione desconforto físico ou mental.” Portanto, os animais só podem voltar a ser enviados aos abrigos após a regularização urbanística e ambiental de cada uma.

Juliano também recomenda que seja publicada a regulamentação da atividade de abrigo temporário de animais domésticos, estabelecendo: o procedimento de acolhimento, registro e cadastramento dos animais, capacidade máxima de abrigamento. Além da existência de um profissional técnico devidamente habilitado para ser o responsável técnico, adequação dos espaços físicos, alimentação e higiene.

Para que as recomendações sejam atendidas, o promotor de Justiça deu um prazo de cinco dias úteis “para resposta escrita com relação ao atendimento da recomendação, sob pena de medidas administrativas, cíveis e penais.”

Por meio de nota, enviada ao Diário do Estado, a Amma informou que as “parcerias com abrigos estão em fase de oficialização, que passará pelo crivo e regularização de documentos” junto ao órgão.

Além disso, afirmou que há uma “comunicação importante” tanto com o MP-GO e o CRMV para acharem soluções de adequação e qualidade para o bem estar e resgate de animais. “É um trabalho conjunto, no qual a Amma tem atendido as orientações e recomendações das instituições.”

Denúncias de maus-tratos

Ao ser questionado sobre o número de animais encaminhados para os abrigos, a Amma informou que recebeu 392 denúncias de maus-tratos de animais neste ano, 38% a mais do que o registrado de janeiro a agosto de 2021. “Apesar do número, cerca de 90% desse tipo de denúncia é improcedente.”

Ao ser constatado o maus-tratos, a Amma realiza a autuação e intima o proprietário do animal a realizar o tratamento da saúde do mesmo e apresentar os relatórios médicos veterinários junto ao órgão, comprovando o atendimento do animal, além de encaminhar o caso a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) para medidas criminais cabíveis.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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