MP-SP cobra esclarecimentos da Prefeitura de Piracicaba sobre redução na quantidade de ração para gatos abandonados no cemitério.

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O Ministério Público (MP-SP) solicitou esclarecimentos à Prefeitura de Piracicaba (SP) após receber denúncia de redução na quantidade de ração destinada a gatos abandonados no Cemitério da Saudade. Segundo uma das protetoras dos animais, a quantidade de alimentação foi reduzida pela metade. Um acordo firmado junto ao MP, em 2014, estabelece que a prefeitura seja responsável pelo custeio da ração destinada aos gatos abandonados no local.

Elcian Granado, cuidadora dos animais do cemitério, relata que o local é ponto de abandono de animais há mais de 60 anos. Em 2012, uma série de mortes de gatos foi registrada no cemitério, casos que foram denunciados ao MP. Laudos periciais apontaram mortes por espancamento e outras formas de maus-tratos aos animais. Como resultado, a instalação de câmeras no local e o custeio da alimentação foram previstos em acordo de 2014.

Antes do atual episódio, eram destinados diariamente 30 quilos de ração aos animais do cemitério. Com a finalização de uma nova licitação para compra da alimentação neste mês, a informação recebida foi que agora serão destinados apenas 15 quilos por dia. A protetora relata que tem enfrentado desafios nas tentativas de diálogo com a gestão da prefeitura e não recebeu justificativas para a redução da ração.

Apesar de já enfrentar dificuldades com a quantidade de ração anterior, Elcian conta que os 30 quilos não eram suficientes para todos os gatos do cemitério, que, segundo ela, somam centenas. A protetora afirma que são necessários pelo menos 40 quilos diariamente para alimentar todos os animais adequadamente. O grupo de auxílio aos animais, além das doações e vendas de produtos, realizava ações para complementar a alimentação dos gatos.

Diante da situação, a protetora expressa sua preocupação com a possibilidade dos gatos passarem fome. Com a incerteza sobre como garantir a alimentação dos animais no futuro, ela relata as dificuldades enfrentadas para dialogar com a prefeitura. O Ministério Público, informado pelos cuidadores, intimou a prefeitura para prestar esclarecimentos sobre a situação, podendo ajuizar ação judicial caso seja confirmado que o acordo de 2014 não está sendo cumprido.

Em nota ao DE, a prefeitura explicou que a licitação para o fornecimento de ração teve atrasos na gestão anterior devido a problemas com a documentação das empresas vencedoras. O fornecimento de ração teve início em maio, com uma quantidade que equivale a 15 quilos por dia para os animais ao longo dos próximos 12 meses. A administração municipal não respondeu aos questionamentos sobre a redução da ração e a ausência de diálogo com as cuidadoras.

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