Ministério Público do DF vai analisar abordagem de policiais na Asa Norte
Diego Torres foi detido com um ‘mata-leão’ e socos no rosto, na frente do filho. Ele foi levado para uma delegacia e criança foi deixada sozinha no local, aos cuidado de populares.
Policiais civis dão “mata-leão” em homem que levava filho de 5 anos no carro, em Brasília.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirmou que vai analisar a abordagem envolvendo dois policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e um homem de 42 anos.
Diego Torres, de 42 anos, levava o filho, de 5 anos, no carro e foi detido com um “mata-leão” e socos no rosto durante a abordagem (veja vídeo acima).
O homem foi levado para uma delegacia e seu filho foi deixado sozinho no local. O caso aconteceu na tarde de quarta-feira (9), na quadra 112 da Asa Norte, em Brasília e foi encaminhado à Ouvidoria do Ministério Público.
Em nota, o MPDFT informou que o caso vai ser analisado pelo órgão competente a fim de verificar as providências cabíveis. “O Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) vai analisar os fatos para verificar quais são as providências cabíveis”, diz o MPDFT.
Em nota, a Polícia Civil (PCDF) informou que o procedimento adotado pelos agentes envolvidos na abordagem foi encaminhado à Corregedoria da corporação para “para ciência e eventuais providências”.
Diego foi autuado por 3 crimes. Na delegacia, Diego Torres foi autuado em flagrante pelos crimes de dano, resistência e evasão do local de acidente de trânsito e depois foi liberado.
Na noite de quarta (9), a Ordem de Advogados do Distrito Federal (OAB/DF) emitiu uma nota dizendo que cobrará ao governo do DF o afastamento dos policiais “por prisão truculenta”.
Já na manhã desta quinta-feira (10), a governadora em exercício, Celina Leão, disse para a TV Globo que pediu que a Corregedoria da PCDF investigue o caso. “Toda autoridade precisa estar atenta às suas responsabilidades e não ao abuso do cargo”, diz Celina Leão.
Como foi a abordagem dos policiais. As imagens mostram dois policiais empurrando o homem algemado contra um carro enquanto a criança estava dentro do outro veículo. Depois, um dos homens, de blusa branca, deu um “mata-leão” no motorista e o derrubou no chão. Em um outro momento, é possível ver o mesmo policial dando socos na cabeça de Diego Torres. A criança, que estava dentro do carro vendo a cena, foi retirada do veículo por uma mulher. O pai do menino ficou imobilizado até a chegada de uma viatura e depois foi levado para a delegacia.
Motivo da abordagem. Segundo a PCDF, o motorista colidiu com uma viatura e fugiu. Os policiais disseram que ele teve um comportamento “não colaborativo” e foi necessário o uso de algemas.
Diego Torres disse que a viatura estava descaracterizada e não identificou que eram agentes da PCDF.
A criança, de acordo com os policiais, foi “acolhida por uma cidadã até a chegada da mãe”.
O que diz a polícia civil. “A Polícia Civil do Distrito Federal informa que, na tarde desta quarta-feira (09), durante deslocamento por via pública, uma equipe policial foi surpreendida por um veículo que realizou manobra forçada de passagem e, em seguida, colidiu com a viatura da corporação, nas imediações da 115 Norte. Após a colisão, o condutor do veículo particular empreendeu fuga, desrespeitando ordens de parada emitidas com sinais sonoros e luminosos. O acompanhamento policial seguiu até a altura da 112 Norte, onde o veículo foi interceptado. No momento da abordagem, o condutor apresentou comportamento não colaborativo, sendo necessário o uso de algemas para garantir a segurança da ação. Durante a ocorrência, foi constatado que havia uma criança no veículo. Ela foi acolhida por uma cidadã até a chegada da mãe, previamente acionada. A unidade responsável adotou as providências legais cabíveis, e os fatos seguem sendo apurados. O conduzido foi autuado em flagrante pelos crimes de dano, resistência e evasão do local de acidente de trânsito. Após a assinatura do termo de compromisso de comparecimento, ele foi liberado. Cópia do procedimento foi encaminhada à Corregedoria-Geral da PCDF para ciência e eventuais providências.”