MPE aperta o cerco contra espalhamento de santinho e problemas de acessibilidade em seções eleitorais

MPE aperta o cerco contra espalhamento de santinho e problemas de acessibilidade em seções eleitorais

No dia das eleições, a entrada dos locais de votações e as ruas próximas ficam repletas dos famosos santinhos. Os folhetos de propaganda dos candidatos prejudicada a disputa justa entre os pretendentes a um cargo eletivo e pode influenciar o eleitor, por isso o Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) em Goiás encaminhou orientações normativas aos promotores eleitorais do estado.

O documento assinado pelo procurador regional eleitoral Célio Vieira considera o direito à liberdade de expressão e opinião das pessoas com deficiência e o longo prazo para ajuizamento das representações eleitorais por propaganda irregular, atualmente em 48 horas após a data dos pleitos de primeiro e segundo turno, se houver.

Ele pede que sejam tomadas medidas para garantir o direito à acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida nos locais de votação e às urnas eletrônicas e também assegurem a possibilidade de esse grupo de eleitores estejam acompanhado por uma pessoa de sua escolha que pode ajudá-lo, inclusive, a digitar os números na urna.

“O denominado ‘voo da madrugada’, qual seja, o derrame ou a anuência com o derrame de material de propaganda, tais como panfletos, santinhos e adesivos, no local de votação ou nas vias próximas, ainda que realizado na véspera da eleição, configura propaganda irregular”, destacou no texto.

Além disso, o gasto de dinheiro público com o espalhamento de santinhos nas ruas também  foi considerado pelo procurador. Ele considerou que boa parte do dinheiro que custeia a impressão do material publicitário vem do Fundo Partidário. Essa despesa chega a ser a terceira no total de gastos de campanha eleitoral, chegando a mais de R$ 674 milhões.

A orientação é  verificar e coibir a ocorrência do “voo da madrugada” com registro fotográfico dos santinhos espalhados para facilitar a identificação dos candidatos beneficiados com a propaganda irregular. No documento, Célio especifica os dados que deverão constar na instauração da Notícia de Fato ou do Procedimento Preparatório Eleitoral e pede que sejam protocolados no sistema eletrônico do Ministério Público Federal (MPF). 

Em Goiás há 2.443 seções eleitorais que contemplam 4.870.354 cidadãos aptos a escolher presidente da República, governador, senador e deputados estaduais e federais. Na capital são 355 locais de votação que receberão 1.032.004 de eleitores aptos a escolher os representantes para mandatos eletivos.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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