MPE orienta prefeito de Guapó a interromper a distribuição de bens

MPE orienta prefeito de Guapó a interromper a distribuição de bens

O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou ao prefeito de Guapó, Colemar Cardoso de Queiroz, a interrupção, no ano de 2020, procedimentos que caracterizem em distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, sendo exceção nos casos de calamidade pública, estado de emergência ou programas autorizados em lei e que já estão em execução orçamentária no exercício anterior.

O promotor da 56ª Zona Eleitoral, Wesley Marques Branquinho, determinou um prazo de 24 horas para que o gestor informe do acatamento ou não da orientação, sendo justificada, inclusive sobre a retirada e a suspensão do procedimento de transferência de propriedade imóvel público específico, registrada no 1° Tabelionato de Notas de Guapó. 

Se a decisão não for acatada ou atendida, serão adotadas as medidas judiciais pertinentes para impor medidas de cessação de atos que podem ser caracterizados como conduta vedada e causar desequilíbrio eleitoral.

O promotor eleitoral informa que foram iniciadas ações preventivas para evitar o desequilíbrio durante as eleições 2020 no município de Guapó, ante pretensão de transferência de propriedade de imóveis públicos, em procedimento de reurbanização social, a pessoas carentes, apesar da legislação conceder um prazo para a ação até o ano de 2024.

Wesley Branquinho, buscando prevenir a conduta vedada em lei de fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo poder público, instaurou procedimento preparatório eleitoral para acompanhar e fiscalizar ações previstas na Lei Municipal n° 525/2012, alterada pela Lei Municipal n° 753/2020, durante este ano.

O promotor eleitoral explica que, desde 2012, a primeira norma permitiu a doação de imóveis públicos para habitação a beneficiários especificados, que em 2020 a lei foi modificada e ampliou o prazo de registro de propriedade até 2024. “Logo, a mudança de propriedade de imóveis públicos aos beneficiários no ano eleitoral poderá caracterizar a distribuição gratuita de benefícios, proporcionando vantagem da imagem positiva do prefeito ou candidato, acarretando desigualdade de oportunidades no pleito”, pontua Wesley Branquinho.

Foto: Reprodução

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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