O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) apresentou nesta terça-feira (14) nova denúncia à 7ª Vara Federal contra o ex-governador Sérgio Cabral por 184 crimes de lavagem de dinheiro. Os fatos foram investigados na Operação Eficiência, dentro da força-tarefa da Operação Lava Jato no estado. O MPF informa que essa denúncia inclui apenas crimes cometidos no Brasil e que as investigações continuam. Portanto, novas denúncias ainda podem ser feitas.
Com 99 páginas, a denúncia também inclui crimes de lavagem de dinheiro praticados por outras dez pessoas: Carlos Miranda (147 crimes), Carlos Bezerra (97 crimes), Sérgio Castro de Oliveira (6 crimes), Ary Ferreira da Costa Filho (2 crimes), Adriana Ancelmo (7 crimes), Thiago de Aragão Gonçalves (7 crimes), Francisco de Assis Neto (29 crimes), Álvaro Jose Galliez Novis (32 crimes) e dois doleiros que agiriam como operadores financeiros do grupo.
Na denúncia, Sérgio de Oliveira, Thiago de Aragão, Francisco de Assis e Álvaro Novis também aparecem como integrantes da organização criminosa que seria liderada pelo ex-governador.
Segundo a investigação, os doleiros recebiam dinheiro em espécie originário de corrupção, custodiavam os valores e depois distribuíam para pagamentos de despesas dos acusados. De acordo com o MPF, os colaboradores entregaram uma planilha de controle de caixa “que aponta que os recursos por eles custodiados foram utilizados para pagamentos de despesas, no período de 1º de agosto de 2014 a 10 de junho de 2015, no valor de R$ 39.757.947,69 – uma média de, aproximadamente, R$ 4 milhões por mês”.
O MPF afirma ainda que as provas reunidas nas operações Calicute e Eficiência “comprovaram que Sérgio Cabral, no comando da organização criminosa, Carlos Miranda, Carlos Bezerra, Sérgio de Oliveira, Thiago Aragão, Adriana Ancelmo, Álvaro Novis, Francisco de Assis Neto, Ary Ferreira da Costa Filho e os colaboradores promoveram a lavagem de ativos no Brasil”.
As principais formas de atuação do grupo para dar aparência de legal aos valores conseguidos com atos de corrupção eram pagamento de despesas pessoais de Sérgio Cabral e Carlos Miranda e seus familiares; movimentação de recursos para Carlos Bezerra, distribuição de recursos por Sérgio de Oliveira, envio de valores para Thiago Aragão e Francisco de Assis Neto e a entrega de valores por Álvaro Novis aos colaboradores.
*Com informações do IG