MPF investiga possibilidade de censura a enredos em escolas de samba de Canoas

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O Ministério Público Federal (MPF) deverá realizar uma investigação em relação à suposta proibição de enredos sobre negros e LGBTQIA+ nas escolas de samba de Canoas, na Região Metropolitana. A Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC) denunciou que o novo secretário de Cultura da cidade teria condicionado a liberação de um espaço para os desfiles de Carnaval à exclusão desses temas em seus enredos.

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no RS solicitou mais informações ao Município de Canoas, à Associação das Escolas de Samba local e à Federação Nacional das Escolas de Samba acerca da reunião em que teria ocorrido tal exigência. Por sua vez, a prefeitura de Canoas afirmou, em comunicado, que colocou-se à disposição para apoiar as festividades e cedeu o Parque Esportivo Eduardo Gomes, ressaltando a importância da liberdade e da manifestação artística, cultural e religiosa no Carnaval.

O vice-presidente da AESC relatou que a determinação foi feita durante uma reunião em janeiro, logo após a posse do prefeito eleito. Segundo ele, o secretário de Cultura condicionou o apoio da prefeitura aos desfiles de Carnaval à exclusão de enredos que abordassem temas como religiões de matriz africana, negros e LGBTQIA+. Apesar disso, a entidade buscou alternativas para viabilizar os desfiles, mesmo sem financiamento do poder público.

Após uma entrevista em que o secretário de Cultura anunciou a ausência de desfiles de Carnaval em 2025 na cidade, a AESC solicitou o uso de um espaço público para a realização dos desfiles, independentemente do financiamento da prefeitura. Uma reunião foi agendada entre a associação e a Secretaria de Cultura para discutir a questão. Enquanto isso, a Federação Nacional das Escolas de Samba caracterizou o ocorrido como preconceito e intolerância religiosa, oferecendo apoio para formalizar uma denúncia junto ao Ministério Público.

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