MP faz operação na casa de Divino Lemes em Senador Canedo

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta quarta-feira, 7, a Operação Insider, que investiga uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações no município de Senador Canedo, na Região Metropolitana da capital. Foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão, com auxílio da Gaeco de Tocantins e da Polícia Militar de Goiás. Um dos mandados foi cumprido na casa de Divino Lemes (PSDB), ex-prefeito de Senador Canedo.

A operação investiga uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações de caráter competitivo, contratações indiretas indevida, falsidade ideológica e materiais, corrupções ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Os mandados foram cumpridos em Goiânia, Senador Canedo, Anápolis, Águas Lindas de Goiás e Palmas (TO). A pedido do MPGO, foram bloqueados bens dos investigados, de forma gradativa e proporcional ao suposto envolvimento no esquema criminoso investigado, até o valor de R$ 23.328.549,35.

Desdobramento de operação

A investigação é um desdobramento da Operação Sócio Oculto, deflagrada pelo Gaeco em julho de 2021, que investigou uma organização criminosa suspeita de praticar crimes em licitações e contratos administrativos, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro no município de Nerópolis. Os crimes teriam ocorrido entre 2015 e 2016.

Já na nova operação, o objetivo é a comprovação e a desarticulação de uma organização criminosa que teria atuado durante 2017 e 2010 em Senador Canedo. A suspeita é que a organização criminosa era a mesma que praticou crimes no município de Nerópolis.

Na investigação, a Gaeco descobriu indícios da utilização de várias empresas, a maior parte de fachada, para fraudar licitatórios, simulando concorrência entre si. Além de fraudes em certames, também é investigado a possibilidade de algumas obras públicas do município terem sido superfaturas ou não realizadas de maneira adequada.

Foram identificadas obras decorrentes dos procedimentos licitatórios, que eram realizadas diretamente por pessoas físicas que possuíam grande influência na gestão pública municipal na época dos fatos.

Para realizar os crimes, o grupo criminoso determinava a servidores públicos municipais como deveriam ser feitos os projetos básicos e as planilhas orçamentárias dos certames. Posteriormente, fraudando o caráter competitivo dos procedimentos licitatórios, participavam empresas que estavam sob o domínio do grupo criminoso.

Por fim, a empresa “vencedora” do certame repassava a obra para investigados que possuíam grande influência na Administração Pública Municipal.

Além disso, a MPGO suspeita que servidores públicos municipais receberam vantagens indevidas para facilitar a atuação do grupo criminoso. A prática de lavagem de dinheiro para ocultação da origem ilícita dessas vantagens também é investigada.

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