MPGO recomenda regularização imediata do atendimento de maternidades municipais

O Ministério Público de Goiás (MPGO) emitiu, no final da tarde desta sexta-feira,22, uma recomendação ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e ao secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, exigindo a imediata regularização do atendimento nas maternidades Célia Câmara, Dona Íris e Nascer Cidadão, unidades geridas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc).

RECOMENDAÇÃO maternidades

A recomendação solicita que, independentemente de acordos sobre os valores pendentes entre o Município e a Fundahc, sejam feitos repasses de recursos para encerrar a suspensão de qualquer atendimento nessas unidades de saúde, como uma medida de emergência.

O documento do MPGO enfatiza que a falta de continuidade na prestação de serviço essenciais, devido a ações ou omissões indevidas, resultará na tomada de medidas cíveis e criminais apropriadas. Um prazo de 24 horas foi estabelecido para que as autoridades municipais confirmem o acatamento da recomendação e enviem as devidas comprovações à 88ª Promotoria de Justiça de Goiânia.

A Promotoria tem acompanhado de perto a situação da irregularidade nos repasses. O inquérito civil público instaurado pela 88ª PJ de Goiânia investiga as recorrentes falhas de repasse de verbas por parte do Município de Goiânia para cobrir as despesas relacionadas aos Convênios nº 5/2018, nº 7/2019 e 1.075/2020, relacionados à gestão das três maternidades.

Débito

De acordo com informações fornecidas à MPGO pela Fundahc, os valores não-pagos vêm se acumulando desde janeiro de 2021. Até 30 de setembro, o montante em aberto chegava a R$ 73.213.980,62. No Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara era de R$ 34.356.621,11; no Hospital e Maternidade Dona Iris, R$ 27.898.617,14, e na Maternidade Nascer Cidadão no valor de R$ 10.958.742,37.

A recomendação destaca que a falta de repasses regulares de verbas suficientes para garantir a continuidade dos serviços nas três maternidades levou à ameaça ou efetiva suspensão de atendimentos, procedimentos e exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A situação tem colocado em risco a vida de inúmeras mulheres em estágios avançados de gravidez, incluindo seus bebês, algumas delas com graves comorbidades, deixando-as até mesmo desnorteadas sobre onde buscar ajuda diante dos iminentes partos.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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