Caso Embelleze: MPRJ denuncia Monique Elias por golpe milionário

Além de Monique, filho e atual companheiro também foram denunciados por golpe contra fundador da Embelleze

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou denúncia contra Monique Elias, ex-companheira de Itamar Serpa Fernandes, e outras duas pessoas, acusadas de participar de um plano para ludibriar o empresário — fundador da marca Embelleze — antes de sua morte.

Segundo a investigação, o trio teria manipulado o empresário emocionalmente e se beneficiado financeiramente com alterações feitas por ele em seu testamento.

De acordo com informações do portal G1, entre os denunciados estão Monique Elias Palheiras, ex-companheira de Itamar, apontada como mentora do esquema; João Carlos Tavares Serpa, filho adotivo de Itamar; e Matheus Elias Palheiras, que teria sido amante de Monique e posteriormente se casado com ela.

O grupo é acusado de estelionato e associação criminosa, com suspeita de desvio de mais de R$ 122 milhões do patrimônio do empresário.

Medidas cautelares

O MP solicitou à Justiça a imposição de medidas cautelares contra Monique e João Carlos, incluindo a retenção de seus passaportes, proibição de acesso às instalações da Embelleze, afastamento das redes sociais, impedimento de contato com testemunhas e a obrigatoriedade de comparecimento mensal ao juízo.

Para Matheus Palheiras, foi pedida a prisão preventiva. De acordo com os promotores, ele teria recebido grandes quantias em transferências bancárias nas semanas que antecederam a morte de Itamar. Além disso, foi preso anteriormente por posse ilegal de armas pertencentes ao empresário e por dirigir um carro registrado como furtado, que também era de propriedade de Itamar.

A defesa de Monique e João Carlos alegou que ambos tiveram seus direitos desrespeitados durante a apuração e ressaltou que a Justiça será o espaço adequado para esclarecimentos. Já os representantes legais de Matheus Palheiras não foram localizados pela reportagem da TV Globo.

Entenda todas as acusações contra Monique Elias

A influenciadora Monique Elias é acusada de desviar R$ 122 milhões do ex-marido, Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze. Entre 2012 e 2023, Monique teria manipulado Itamar utilizando um perfil falso chamado “Jéssica Ferrer”. O suposto esquema envolveu transferências bancárias, compra e venda de imóveis, alteração de apólices de seguro e fraudes no testamento de Itamar. Com a ajuda do filho João Carlos e do ex-companheiro Matheus Palheiras, Monique teria influenciador decisões pessoais e empresariais de Itamar. A polícia identificou movimentações financeiras suspeitas, incluindo transferências não autorizadas, durante a internação de Itamar em 2023. Monique Elias, João Carlos e Matheus Palheiras foram indiciados por estelionato e suspeita de lavagem de dinheiro.

O pronunciamento de Monique Elias

Na semana passada, Monique Elias usou suas redes sociais para rebater, em uma série de vídeos, as acusações exibidas em uma reportagem do Fantástico, que apontou seu suposto envolvimento em um esquema milionário de desvio de recursos e manipulação psicológica contra o empresário Itamar Serpa, fundador da Embelleze. O vídeo foi publicado duas semanas após a exibição da matéria.

Logo no início do pronunciamento, Monique negou que seu filho, João, tenha participado de qualquer plano para enganar o ex-marido. Ela afirmou que o jovem foi adotado por Itamar aos 8 anos e que seria impossível arquitetar um golpe desse porte. A influenciadora também revelou detalhes da intimidade do empresário, relatando episódios de alcoolismo e sugerindo que os filhos biológicos dele teriam ciúmes da relação próxima entre Itamar e João.

Ainda segundo Monique, os filhos de Itamar estariam tentando anular o testamento deixado pelo empresário com o objetivo de retirá-la da herança. Ela citou diretamente Jomar, filho mais velho de Itamar, e o acusou de perseguição, especialmente após a morte do primogênito Claudio. De acordo com a influenciadora, o movimento da família do empresário seria uma tentativa de associá-la a um crime para inviabilizar legalmente sua parte na sucessão.